sábado, 29 de novembro de 2008

Historia do Pensamento Economico

Os resumos aqui apresentados são retirados de uma obra do Prof. Doutor Fernado Araúdo da FDUL e do ISEG.
História do pensamento económico
Mercantilismo – séc. XVI e XVII
o Dirigismo – O Estado/poder central intervém/dirige a economia.
o Metalismo - O Estado é tanto mais rico quanto mais metais preciosos tiver → arrecadação de metais preciosos
o Estado autárcito → subida das pautas alfandegárias → mercados fechados (para retenção dos metais)

Aplicação do mercantilismo nos diferentes países:
o Espanhol ou bolionista – arrecadação de metais preciosos na sua fonte através do acesso directo às minas de ouro e prata das colónias da América Central e do Sul. As preocupações de industrialização não eram preponderantes face à exploração colonial. Contudo, a arrecadação directa de metais trazia a preocupação de não os deixar sair do país → medidas de cunho alfandegário ou aduaneiro (insuficientes dado o atraso da industrialização)
o Francês ou colbertismo ou mercantilismo industrial – arrecadação de metais através da produção e exportação de bens manufacturados → desenvolvimento da industria manufactureira – especialmente têxtil – com forte intervenção do Estado.
o Inglês ou balança de pagamentos – arrecadação de metais originada pelo saldo positivo do comércio externo pelo pagamento da prestação de serviços – fretes, seguros... Intervenção do Estado na defesa do comércio (Acto de Navegação – as companhias inglesas tinham o monopólio de comércio nos portos ingleses). Fascínio pelas cidades fenícias e os Países Baixos.

Escola Fisiocrática – séc. XVIII
o A economia rege-se por uma ordem natural (Quesnay – médico - visão organicista da economia) com um fundamento divino/metafísico → o Estado não deve intervir na economia
o A intervenção do Estado empobrece as populações
o O sector económico mais importante é a agricultura (o único verdadeiramente produtivo pois os outros apenas transformam o seu produto) → a terra é o factor de produção mais importante

Escola Clássica – séc. XVIII
o A economia rege-se por uma ordem natural com um fundamento empírico (Adam Smith)
o Opõe-se ao dirigismo económico - o Estado deve abster-se de possuir e controlar a economia.
o O trabalho é o principal factor de produção (a teoria das vantagens absolutas e comparadas, tendentes à especialização, trarão a desumanização das tarefas dos trabalhadores)
Adam Smith - Fundador da moderna escola económica - 1776 – Investigação sobre a origem da riqueza das nações (provém da capacidade de produzir bens capazes de satisfazer necessidades)
o Teoria das vantagens absolutas - postulado da racionalidade económica – obter os maiores benefícios pelos menores custos possíveis → cada nação deve dedicar-se à produção máxima dos bens nos quais é mais eficiente do que todos os outros produtores, dividindo os seus meios por essas várias produções → divisão social do trabalho
o Diferenciação dos agentes no mercado pela sua eficiência resultante de capacidades inatas ou adquiridas
o A riqueza das nações aumenta com a divisão e especialização do trabalho entre elas → maior produtividade (capacidade de trabalho e de produção, acumulação de bens e de capital), redução de custos e produção excedentária
o Livre-cambismo internacional (as nações são tanto mais ricas quanto mais trocarem)
o “Mão-invisível” – geração espontânea do funcionamento dos mercados - a produção de um bem resulta da conjugação de capital e trabalho (especialmente este) numa sucessão interminável de relações e dependências económicas, com a participação de uma rede extensa e desconhecida de agentes económicos movidos pelo egoísmo individual → o mercado coordena todas as decisões. Como tudo provém da iniciativa privada e da liberdade, o mercado tem uma capacidade auto-reguladora
o Quanto maior a especialização, maior a força da “mão-invisível” (em contrapartida, quanto menor a especialização, menor a dependência económica, menores os riscos → auto-suficiência/autarcia → a curva de possibilidades de produção é igual à curva de possibilidades de consumo)

Paradoxo de Adam Smith - definido por David Ricardo
Sobe o preço de um bem → é rentável aumentar a produção, mesmo que fique mais caro produzir → a oferta sobe (mantendo-se a procura) → o preço desce → deixa de ser rentável continuar a investir → foi alcançada a produção marginal

Problema dos limites do mercado (presente na teoria das vantagens absolutas e comparativas) - afecta a especialização
Para o livre comércio de produtos (resultado dos excedentes provocados pela especialização) o mercado (para efectuar a troca) necessita de informação acerca da actividade dos outros produtores (para saber quais os produtos disponíveis para a troca) e de uma convergência de interesses → problema da dimensão do mercado (o mercado pode não ter procura suficiente para o excesso de produção ou variedade de bens que satisfaçam as necessidades daquele que se especializou) → só existe desenvolvimento económico se todos se especializarem, aumentando a dependência → assunção de riscos no mercado (nenhuma informação é tão completa quanto o produtor desejava)

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