Os apontamentos que se seguem foram facultados pela Ana Arsénio. Bom Ano 2009 :D
1. Conceitos e problemas básicos da Economia
Capítulos: 1, 6 (parte A) e 7 (parte C)
Problema central da Economia: Recursos escassos / Usos alternativos
- Terra e Recursos Naturais
Recursos ó InputsóFactores de Produção - Trabalho
- Capital
Os inputs são utilizados para produzir bens e serviços, isto é, o output. Todos os bens que envolvam a utilização de recursos escassos na sua produção são designados de bens económicos, por oposição aos bens livres. É sobre os bens económicos que nos vamos debruçar.
Deste conjunto de recursos apenas o capital é produzido pelo próprio sistema económico. Designamos por capital todos os bens duráveis de uma economia que são utilizados para a produção de outros bens, tais como fábricas, estradas, máquinas, equipamentos, edifícios, meios de transporte, etc.
- O que produzir
3 grandes questões da Economia - Como produzir
- Para quem produzir
Isto é,
As sociedades têm que decidir quais os bens e serviços que vão produzir e em que quantidades, quais as técnicas que vão utilizar para combinar os factores de produção disponíveis por forma a obter o output que desejam e por fim a quem é que esse output se destina. Ao longo do semestre iremos ver que a resposta a essas questões na maioria dos países é dada por Mercado + Estado.
Ilustração do problema da escassez: A Fronteira de Possibilidades de Produção
O output gerado por uma economia encontra-se limitado pelos recursos disponíveis e pela tecnologia existente. Sendo os recursos escassos e tendendo as necessidades humanas para infinito é necessário decidir qual a afectação que vai ser feita desses recursos. Simplificando a realidade, partindo do princípio de que apenas existem dois sectores de actividade na Economia (X e Y), as possibilidades de produção podem-se resumir num simples gráfico que nos mostra as diversas combinações das quantidades máximas de X e Y que é possível produzir nessa Economia com os recursos disponíveis e com a tecnologia existente – Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP).
Capítulos: 1, 6 (parte A) e 7 (parte C)
Problema central da Economia: Recursos escassos / Usos alternativos
- Terra e Recursos Naturais
Recursos ó InputsóFactores de Produção - Trabalho
- Capital
Os inputs são utilizados para produzir bens e serviços, isto é, o output. Todos os bens que envolvam a utilização de recursos escassos na sua produção são designados de bens económicos, por oposição aos bens livres. É sobre os bens económicos que nos vamos debruçar.
Deste conjunto de recursos apenas o capital é produzido pelo próprio sistema económico. Designamos por capital todos os bens duráveis de uma economia que são utilizados para a produção de outros bens, tais como fábricas, estradas, máquinas, equipamentos, edifícios, meios de transporte, etc.
- O que produzir
3 grandes questões da Economia - Como produzir
- Para quem produzir
Isto é,
As sociedades têm que decidir quais os bens e serviços que vão produzir e em que quantidades, quais as técnicas que vão utilizar para combinar os factores de produção disponíveis por forma a obter o output que desejam e por fim a quem é que esse output se destina. Ao longo do semestre iremos ver que a resposta a essas questões na maioria dos países é dada por Mercado + Estado.
Ilustração do problema da escassez: A Fronteira de Possibilidades de Produção
O output gerado por uma economia encontra-se limitado pelos recursos disponíveis e pela tecnologia existente. Sendo os recursos escassos e tendendo as necessidades humanas para infinito é necessário decidir qual a afectação que vai ser feita desses recursos. Simplificando a realidade, partindo do princípio de que apenas existem dois sectores de actividade na Economia (X e Y), as possibilidades de produção podem-se resumir num simples gráfico que nos mostra as diversas combinações das quantidades máximas de X e Y que é possível produzir nessa Economia com os recursos disponíveis e com a tecnologia existente – Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP).
Qualquer um dos pontos sobre a FPP é possível e significa que se está a produzir o máximo face aos recursos e tecnologia existentes, logo é um ponto em que temos pleno emprego dos recursos e eficiência produtiva. O comportamento decrescente da FPP reflecte a escassez desses recursos: só é possível aumentar a produção de X, reduzindo a de Y, e vice-versa.
Qualquer ponto exterior à FPP é impossível, nem os recursos nem a tecnologia permitem produzir simultaneamente essa quantidade de X e Y. Um ponto interior é possível, significa que a Economia se encontra a produzir aquém do máximo. Porquê? Desemprego de recursos ou ineficiência na utilização dos mesmos.
Ao longo do tempo as FPPs das sociedades vão sofrendo alterações, pois varia o nível de recursos e há evolução da tecnologia. Dizemos que há progresso técnico quando com a mesma quantidade de recursos se consegue produzir uma maior quantidade de output. Assim, havendo aumento de recursos e/ ou progresso técnico a FPP afasta-se da origem, pois aumentam as possibilidades de produção dessa economia.
Bem Y
Bem X
Havendo uma redução dos recursos disponíveis de uma economia, por exemplo, devido a uma guerra ou catástrofe natural, a FPP recua, aproximando-se da origem.
Bem Y
Bem X
Em geral as FPPs são côncavas em relação à origem, pois os custos de oportunidade são crescentes. O custo de oportunidade de algo consiste no valor de tudo o que se prescindiu (sacrificou ou abdicou) para se obter esse algo. Assim o custo de oportunidade de produzir uma unidade de X será a quantidade de Y a que é necessário renunciar. A existência de custos de oportunidade decorre naturalmente do problema da escassez. Como só é possível aumentar a produção de X recorrendo a recursos que estão afectos à produção de Y, o crescimento da produção de X obriga necessariamente à renúncia de algumas unidades de Y.
Porquê que os custos de oportunidade são crescentes? Nem sempre é fácil transferir recursos de um sector produtivo para outro. Como os primeiros recursos a ser transferidos de Y para X são os que mais facilmente se adaptam ao novo sector, inicialmente os custos de oportunidade são baixos. À medida que vai aumentando a produção de X passa a ser necessário ir buscar a Y recursos menos adaptáveis ao novo sector, o que eleva os custos de oportunidade.
Teoria da produção e produtos marginais
Vimos então que para obter uma determinada quantidade de output são necessários determinados inputs ou factores de produção. Nem sempre para se aumentar a quantidade de output se eleva a quantidade de todos os inputs. Pode-se aumentar a quantidade utilizada de um factor de produção (factor que consideramos variável), mantendo constante a quantidade utilizada dos restantes (factores que consideramos fixos). Nesse caso o output vai aumentando, mas a partir de certa altura os acréscimos de output por unidade adicional do factor variável começam a ser cada vez menores. É a famosa Lei dos Rendimentos Decrescentes, que resulta dessa combinação de um factor variável com outros fixos.
Consideremos por exemplo uma exploração agrícola de girassóis, em que tanto a quantidade de terra como de capital são fixas, variando apenas o número de trabalhadores. Designa-se de Produto Marginal do Trabalho o acréscimo da produção de girassóis originado por cada trabalhador adicional que foi colocado nessa exploração agrícola.
Exemplo:
Nº Trabalhadores
Output(em Kg)
PMeL
PMgL
0
0
---
---
1
1.000
1.000
1.000
2
3.000
1.500
2.000
3
3.750
1.250
750
4
4.400
1.100
650
5
5.000
1.000
600
PMeL - Produto Médio do Trabalho
PMg L – Produto Marginal do Trabalho
, em que D designa variação.
Neste exemplo verifica-se que a partir do 3º trabalhador o Produto Marginal do Trabalho começa a diminuir, ou seja, começa-se a verificar a Lei dos Rendimentos Decrescentes. O acréscimo de girassóis gerado pelo 3º trabalhador foi menor do que o gerado pelo 2º, que por sua vez tinha sido maior do que o do primeiro.
Quando se calcula então o Produto Marginal, ou médio, de um factor de produção relaciona-se a quantidade de output com a quantidade desse input, mantendo constante a quantidade utilizada dos restantes inputs.
Existe uma certa relação entre produto médio e produto marginal. O declínio do Produto Marginal de um input provoca a redução do seu produto médio.
Uma das causas subjacentes ao carácter crescente dos custos de oportunidade é precisamente a Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Consideremos agora uma alteração conjunta e na mesma proporção da quantidade utilizada de todos os inputs (Terra, Trabalho e Capital). Qual seria efeito sobre a quantidade obtida de output? Ou seja, como são os rendimentos à escala?
Se o output crescer na mesma proporção dos inputs, dizemos que os rendimentos são constantes à escala. Se o output crescer numa proporção mais elevada, os rendimentos são crescentes à escala. Pelo contrário, se o output crescer menos do que proporcionalmente aos inputs dizemos que os rendimentos são decrescentes à escala.
Em geral na agricultura observamos rendimentos decrescentes à escala, pois à medida que aumenta a quantidade utilizada de terra, vai diminuindo a fertilidade da terra adicional. Triplicando a superfície cultivada, assim como o número de trabalhadores e de instrumentos agrícolas utilizados pode, por exemplo, levar apenas a uma duplicação da quantidade de girassol. Isto porque o primeiro hectare de terra era mais fértil do que o 2ºe 3º.
1. Elementos fundamentais da oferta e da procura
Capítulo: 3
O mercado de um bem (ou serviço) é constituído por todos aqueles que o desejam comprar (consumidores) e todos os que o desejam vender (produtores). Estes dois subconjuntos de agentes económicos têm interesses divergentes, pois aos consumidores interessa comprar o bem pelo preço mais baixo e os produtores querem vender pelo preço mais alto. Da sua interacção no mercado acaba por resultar uma conciliação.
À relação entre a quantidade procurada de um bem e o respectivo preço, permanecendo tudo o resto constante, chamamos função procura. A procura mostra assim a quantidade que os consumidores desejam adquirir para os diferentes níveis de preço. É uma função decrescente do preço, pois quanto mais baixo for o preço maior será a quantidade procurada.
À relação entre a quantidade oferecida de um bem e o respectivo preço, permanecendo tudo o resto constante, chamamos função oferta. A oferta mostra a quantidade do bem que os produtores/ vendedores desejam vender para cada nível do preço. É uma função crescente do preço, pois quanto mais elevado for o preço maior a quantidade oferecida.
Procura (D)
Oferta (S)
E
PE
P
QE QGraficamente:
P - preço
Q - quantidade
E – ponto de equilíbrio
No ponto de intersecção entre a oferta (supply) e a procura (demand) a quantidade procurada pelos consumidores é exactamente igual à quantidade oferecida pelos produtores/ vendedores, é a quantidade de equilíbrio. O preço PE (preço de equilíbrio) assegura que ambas as partes do mercado estão satisfeitas, pois por esse preço os consumidores desejam adquirir exactamente a mesma quantidade que os produtores desejam vender.
Em desequilíbrio 2 situações são possíveis:
1) Excesso de oferta
P > PE => Quantidade Procurada < oferecida =""> ¯ P até P=PE
2) Excesso de procura
P < pe =""> Quantidade Procurada > Quantidade Oferecida => P até P=PE
Se houver flexibilidade de preços os desequilíbrios tendem a ser temporários, pois a variação do preço assegura que se regresse ao ponto de equilíbrio E.
Deslocações da procura/ oferta
Quando desenhámos as curvas anteriores partimos da hipótese de que todos os factores diferentes do preço que afectam a procura e a oferta permaneciam constantes, apenas variava o preço. É a famosa hipótese ceteris paribus, expressão latina que significa “tudo o resto constante”.
Mas há outros factores que afectam a procura e a oferta dos bens e serviços para além do respectivo preço.
Procura
No caso da procura de um bem, havendo um aumento do rendimento dos consumidores, por exemplo, aumentará a quantidade procurada pelos consumidores para todos os níveis de preço e por isso a curva da procura desloca-se para cima e para a direita, elevando-se o preço e a quantidade de equilíbrio.
Q
D
S
P
D’
Se pelo contrário houver uma redução do número de consumidores, a procura diminui, isto é, para todos os níveis de preço há uma redução da quantidade procurada e por isso a curva da procura desloca-se para baixo e para a esquerda, diminuindo o preço e a quantidade de equilíbrio.
Q
D’
S
P
D
Oferta
No caso da oferta, havendo alterações das condições de produção, tais como os custos ou a tecnologia, para todos os níveis de preços há variações da quantidade oferecida e como tal a oferta desloca-se.
S’Por exemplo, se houver uma subida dos custos de produção do bem, a sua oferta desloca-se para cima e para a esquerda, elevando o preço e descendo a quantidade de equilíbrio.
Q
D
S
P
Numa situação de progresso técnico aumenta a quantidade oferecida para todos os níveis de preço, pois com a mesma quantidade de inputs os produtores passam a obter uma maior quantidade de output e por isso desejam vender mais. Assim a oferta desloca-se para a direita e para baixo, descendo o preço e aumentando a quantidade de equilíbrio.
D
S
P
S’
Atenção:
1) Distinguir movimento ao longo da curva de deslocamento da curva
- Movimento sobre a curva da procura (ou oferta): variação da quantidade procurada (ou oferecida) face à variação do preço, permanecendo tudo o resto constante.
- Deslocamento da procura (ou oferta): variação da procura (ou oferta) face à variação de factores diferentes do preço.
2) Significado do ponto de equilíbrio: igualdade entre os desejos dos consumidores e os desejos dos produtores.
Oferta e procura em mercados concorrenciais
Capítulo: 4
2.1. Elasticidade
Elasticidade - preço da procura: mede a sensibilidade dos consumidores à variação do preço. Não é mais do que um quociente entre variações relativas:
Quanto mais elevado for o valor da elasticidade maior o ajustamento das quantidades procuradas à variação do preço. Assim classifica-se a procura em:
1) Elástica, quando E > 1;
2) Inelástica ou rígida, quando E < 1;
3) Procura com elasticidade unitária, quando E = 1.
Consideremos o seguinte exemplo:
P= 1 => Quantidade procurada = 100
P=2 => Quantidade procurada = 80
A procura deste bem é rígida face ao preço, pois a reacção da quantidade procurada à variação do preço foi pequena.
Considerou-se como preço base do cálculo da variação percentual o preço médio, assim como a quantidade média para o cálculo da variação percentual da quantidade procurada.
Casos extremos:
1) Procura perfeitamente elástica: E = µ
P
Q
D
P*
Neste caso a percentagem de variação do preço é nula, a quantidade procurada é infinita para P=P* e como tal a elasticidade é infinita.
2) Procura perfeitamente rígida: E = 0
D
P
Q
Q*
Neste caso a percentagem de variação da quantidade procurada é nula e como tal o valor da elasticidade é também zero. Não há qualquer variação da quantidade procurada perante alterações no preço.
Relação entre elasticidade e receita:
Sendo a receita o valor total pago pelos consumidores, isto é o produto do Preço pela Quantidade (P x Q), verifica-se que a sua evolução face à subida (ou descida) do preço depende do valor da elasticidade - preço da procura. Assim:
1) Procura elástica – subida do preço provoca uma redução da receita,
2) Procura rígida – subida do preço provoca uma subida da receita total,
3) Procura com elasticidade unitária – subida do preço não altera a receita.
Elasticidade – preço da oferta: define-se, tal como a elasticidade da procura, face ao preço, não é mais do que o quociente entre a percentagem de variação da quantidade oferecida e a percentagem de variação do preço. Como o valor é positivo não é necessário colocar entre módulos.
Tal como acontecia com a procura, assim temos:
- E > 1 => Oferta elástica,
- E < 1 =""> Oferta rígida,
- E = 1 => Oferta com elasticidade unitária.
Quanto maior for o horizonte temporal do produtor mais elástica é a sua oferta, pois maior é a sua capacidade para ajustar as quantidades produzidas face à variação do preço. No longo prazo todos os factores de produção são variáveis, mas no curto há alguns fixos (não é possível alterar a quantidade utilizada). Por exemplo, no período de 1 mês não é possível alargar as instalações de uma fábrica (factor fixo), mas consegue-se aumentar o número de trabalhadores (factor variável).
2.2. Aplicações da oferta e da procura
- Fixação de preços mínimos: P mínimo > P E => excesso de oferta
- Fixação de preços máximos: P máximo < pe =""> excesso de procura
- Efeitos da aplicação de um imposto/ subsídio por unidade produzida e vendida: depende da elasticidade relativa da procura e da oferta.
“Quanto mais elástica for a procura relativamente à oferta maior será o efeito sobre o produtor.”
3. Procura e comportamento do consumidor
Capítulo: 5
Teoria da utilidade
Todos consumimos bens porque eles nos proporcionam um determinado bem estar, nos dão uma determinada satisfação, têm uma determinada “utilidade” para nós. A partir do rendimento limitado de que dispomos escolhemos adquirir os bens que têm uma maior utilidade. O objectivo de qualquer consumidor é maximizar a utilidade total.
Utilidade total ≠ Utilidade Marginal
Supondo o consumo semanal de maçãs, por exemplo. A utilidade total é a satisfação que a quantidade total consumida de maçãs proporciona ao consumidor. Pelo contrário, a utilidade marginal de uma maçã é o acréscimo de utilidade total que cada maçã adicional proporciona ao consumidor.
Quantidade
Utilidade Total
Utilidade Marginal
0
0
---
1
18
18
2
30
12
3
40
10
4
45
5
A utilidade marginal dos bens tende a ser decrescente – à medida que aumenta a quantidade consumida o acréscimo de satisfação por cada unidade adicional do bem vai sendo cada vez menor. É a Lei da Utilidade Marginal Decrescente. Porquê? Porque as primeiras unidades consumidas tendem a proporcionar uma maior satisfação aos consumidores. Se isto acontece, o preço que os consumidores estão dispostos a pagar pelo bem vai diminuindo à medida que o consumo aumenta, o que se traduz numa curva da procura decrescente.
Utilidade Marginal Decrescente => Curva da Procura Decrescente
Maximização da utilidade total
Conhecendo os preços dos n bens que compõem o cabaz de compras de um determinado consumidor, a condição para que ele maximize a sua utilidade total, isto é, a satisfação que esse consumo lhe proporciona é:
UMg1 = UMg2 = …= UMg n
P1 P2 Pn
em que UMgi e Pi representam, respectivamente, a utilidade marginal e o preço do bem i, com i = 1, 2, 3, …, n.
O consumidor maximiza assim sua utilidade quando a utilidade marginal por unidade monetária é igual para todos os bens.
Se eventualmente esta igualdade não se verificar o consumidor está em desequilíbrio e tem tendência para ajustar o seu consumo. Supondo que apenas existem dois bens, 1 e 2, no cabaz de compras do consumidor e que se verifica esta desigualdade:
UMg1 > UMg2
P1 P2
Neste caso a última unidade monetária aplicada no consumo do bem 1 proporciona ao consumidor uma utilidade adicional maior do que a última unidade monetária gasta no bem 2. Sendo o consumidor racional, e uma vez que o seu objectivo a maximizar a sua satisfação global, tem tendência para consumir mais do bem 1. Como o seu rendimento é limitado, só consegue aumentar o consumo do bem 1 se diminuir o consumo do bem 2. À medida que vai aumentando a quantidade consumida do bem 1, a sua utilidade marginal vai diminuindo, pois verifica-se a Lei da Utilidade Marginal Decrescente. Com o bem 2 observa-se exactamente o contrário. À medida que diminui a quantidade consumida do bem 2 a sua utilidade marginal vai aumentando. Conclusão: o consumidor tem tendência para ajustar o seu consumo até que se verifique aquela igualdade.
Excedente do consumidor
O quadro seguinte mostra-me a Utilidade Marginal dos vários cafés que um determinado consumidor toma por dia. Estando essa UMg representada em unidades monetárias, Euros, indica o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar pelo bem, que por hipótese é transaccionado no mercado por 50 cêntimos.
Quantidade
Utilidade Marginal
Utilidade Total
0
0
---
1
3
3
2
1
4
3
0,5
4,5
4
0,3
4,8
Este consumidor racional irá consumir cafés enquanto a utilidade marginal for superior ou igual ao preço, isto é, enquanto o benefício for maior ou igual ao custo. Assim a quantidade de cafés que ele irá consumir por dia será 3.
Acontece que pelo 1º e 2º café o preço que o consumidor está disposto a pagar é mais elevado do que aquele que efectivamente paga. Tem um excesso de benefício face ao custo. É este excesso que designamos de Excedente do Consumidor. Isto porque o preço que se paga no mercado por um café é sempre 50 cêntimos, independentemente de ser o primeiro ou o último do dia. Sendo a Utilidade Marginal decrescente o preço que o consumidor está disposto a pagar pelo bem vai diminuindo e por isso o excesso de benefício face ao custo por unidade consumida diminui à medida que se consome mais. O total do excedente do consumidor é:
(3-0,5) + (1 – 0,5) = 3 Euros
Explicação do comportamento decrescente da procura:
- Utilidade Marginal decrescente
- Efeito substituição + Efeito rendimento
Procura de mercado: soma horizontal das curvas de procura individuais
4. Análise de custos
Capítulo: 7
Podemos dividir os custos de produção em Custos Fixos (independentes da quantidade produzida) e Custos Variáveis (dependem da quantidade produzida).
CT(Q) = CF + CV
CT(0) = CF, pois CV(0) = 0
Custo Médio = CT/Q = (CF+CV)/Q = Custo Fixo Médio + Custo Variável Médio
Custo Marginal – acréscimo de custo total por cada unidade adicional que é produzida.
Custo Marginal = ΔCT/ΔQ
Em geral no Curto Prazo, quando determinados factores de produção são fixos, o Custo Médio, o Custo Variável Médio e o Custo Marginal são curvas em forma de U, isto é, são inicialmente decrescentes em relação à quantidade produzida (Q) e depois tornam-se crescentes. A partir do momento que se verifica a Lei dos Rendimentos Decrescentes o Custo Marginal é crescente.
Verifica-se sempre:
Custo Marginal = Custo Médio quando Custo Médio é mínimo
Custo Marginal = Custo Variável Médio quando Custo Variável Médio é mínimo
Qualquer ponto exterior à FPP é impossível, nem os recursos nem a tecnologia permitem produzir simultaneamente essa quantidade de X e Y. Um ponto interior é possível, significa que a Economia se encontra a produzir aquém do máximo. Porquê? Desemprego de recursos ou ineficiência na utilização dos mesmos.
Ao longo do tempo as FPPs das sociedades vão sofrendo alterações, pois varia o nível de recursos e há evolução da tecnologia. Dizemos que há progresso técnico quando com a mesma quantidade de recursos se consegue produzir uma maior quantidade de output. Assim, havendo aumento de recursos e/ ou progresso técnico a FPP afasta-se da origem, pois aumentam as possibilidades de produção dessa economia.
Bem Y
Bem X
Havendo uma redução dos recursos disponíveis de uma economia, por exemplo, devido a uma guerra ou catástrofe natural, a FPP recua, aproximando-se da origem.
Bem Y
Bem X
Em geral as FPPs são côncavas em relação à origem, pois os custos de oportunidade são crescentes. O custo de oportunidade de algo consiste no valor de tudo o que se prescindiu (sacrificou ou abdicou) para se obter esse algo. Assim o custo de oportunidade de produzir uma unidade de X será a quantidade de Y a que é necessário renunciar. A existência de custos de oportunidade decorre naturalmente do problema da escassez. Como só é possível aumentar a produção de X recorrendo a recursos que estão afectos à produção de Y, o crescimento da produção de X obriga necessariamente à renúncia de algumas unidades de Y.
Porquê que os custos de oportunidade são crescentes? Nem sempre é fácil transferir recursos de um sector produtivo para outro. Como os primeiros recursos a ser transferidos de Y para X são os que mais facilmente se adaptam ao novo sector, inicialmente os custos de oportunidade são baixos. À medida que vai aumentando a produção de X passa a ser necessário ir buscar a Y recursos menos adaptáveis ao novo sector, o que eleva os custos de oportunidade.
Teoria da produção e produtos marginais
Vimos então que para obter uma determinada quantidade de output são necessários determinados inputs ou factores de produção. Nem sempre para se aumentar a quantidade de output se eleva a quantidade de todos os inputs. Pode-se aumentar a quantidade utilizada de um factor de produção (factor que consideramos variável), mantendo constante a quantidade utilizada dos restantes (factores que consideramos fixos). Nesse caso o output vai aumentando, mas a partir de certa altura os acréscimos de output por unidade adicional do factor variável começam a ser cada vez menores. É a famosa Lei dos Rendimentos Decrescentes, que resulta dessa combinação de um factor variável com outros fixos.
Consideremos por exemplo uma exploração agrícola de girassóis, em que tanto a quantidade de terra como de capital são fixas, variando apenas o número de trabalhadores. Designa-se de Produto Marginal do Trabalho o acréscimo da produção de girassóis originado por cada trabalhador adicional que foi colocado nessa exploração agrícola.
Exemplo:
Nº Trabalhadores
Output(em Kg)
PMeL
PMgL
0
0
---
---
1
1.000
1.000
1.000
2
3.000
1.500
2.000
3
3.750
1.250
750
4
4.400
1.100
650
5
5.000
1.000
600
PMeL - Produto Médio do Trabalho
PMg L – Produto Marginal do Trabalho
, em que D designa variação.
Neste exemplo verifica-se que a partir do 3º trabalhador o Produto Marginal do Trabalho começa a diminuir, ou seja, começa-se a verificar a Lei dos Rendimentos Decrescentes. O acréscimo de girassóis gerado pelo 3º trabalhador foi menor do que o gerado pelo 2º, que por sua vez tinha sido maior do que o do primeiro.
Quando se calcula então o Produto Marginal, ou médio, de um factor de produção relaciona-se a quantidade de output com a quantidade desse input, mantendo constante a quantidade utilizada dos restantes inputs.
Existe uma certa relação entre produto médio e produto marginal. O declínio do Produto Marginal de um input provoca a redução do seu produto médio.
Uma das causas subjacentes ao carácter crescente dos custos de oportunidade é precisamente a Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Consideremos agora uma alteração conjunta e na mesma proporção da quantidade utilizada de todos os inputs (Terra, Trabalho e Capital). Qual seria efeito sobre a quantidade obtida de output? Ou seja, como são os rendimentos à escala?
Se o output crescer na mesma proporção dos inputs, dizemos que os rendimentos são constantes à escala. Se o output crescer numa proporção mais elevada, os rendimentos são crescentes à escala. Pelo contrário, se o output crescer menos do que proporcionalmente aos inputs dizemos que os rendimentos são decrescentes à escala.
Em geral na agricultura observamos rendimentos decrescentes à escala, pois à medida que aumenta a quantidade utilizada de terra, vai diminuindo a fertilidade da terra adicional. Triplicando a superfície cultivada, assim como o número de trabalhadores e de instrumentos agrícolas utilizados pode, por exemplo, levar apenas a uma duplicação da quantidade de girassol. Isto porque o primeiro hectare de terra era mais fértil do que o 2ºe 3º.
1. Elementos fundamentais da oferta e da procura
Capítulo: 3
O mercado de um bem (ou serviço) é constituído por todos aqueles que o desejam comprar (consumidores) e todos os que o desejam vender (produtores). Estes dois subconjuntos de agentes económicos têm interesses divergentes, pois aos consumidores interessa comprar o bem pelo preço mais baixo e os produtores querem vender pelo preço mais alto. Da sua interacção no mercado acaba por resultar uma conciliação.
À relação entre a quantidade procurada de um bem e o respectivo preço, permanecendo tudo o resto constante, chamamos função procura. A procura mostra assim a quantidade que os consumidores desejam adquirir para os diferentes níveis de preço. É uma função decrescente do preço, pois quanto mais baixo for o preço maior será a quantidade procurada.
À relação entre a quantidade oferecida de um bem e o respectivo preço, permanecendo tudo o resto constante, chamamos função oferta. A oferta mostra a quantidade do bem que os produtores/ vendedores desejam vender para cada nível do preço. É uma função crescente do preço, pois quanto mais elevado for o preço maior a quantidade oferecida.
Procura (D)
Oferta (S)
E
PE
P
QE QGraficamente:
P - preço
Q - quantidade
E – ponto de equilíbrio
No ponto de intersecção entre a oferta (supply) e a procura (demand) a quantidade procurada pelos consumidores é exactamente igual à quantidade oferecida pelos produtores/ vendedores, é a quantidade de equilíbrio. O preço PE (preço de equilíbrio) assegura que ambas as partes do mercado estão satisfeitas, pois por esse preço os consumidores desejam adquirir exactamente a mesma quantidade que os produtores desejam vender.
Em desequilíbrio 2 situações são possíveis:
1) Excesso de oferta
P > PE => Quantidade Procurada < oferecida =""> ¯ P até P=PE
2) Excesso de procura
P < pe =""> Quantidade Procurada > Quantidade Oferecida => P até P=PE
Se houver flexibilidade de preços os desequilíbrios tendem a ser temporários, pois a variação do preço assegura que se regresse ao ponto de equilíbrio E.
Deslocações da procura/ oferta
Quando desenhámos as curvas anteriores partimos da hipótese de que todos os factores diferentes do preço que afectam a procura e a oferta permaneciam constantes, apenas variava o preço. É a famosa hipótese ceteris paribus, expressão latina que significa “tudo o resto constante”.
Mas há outros factores que afectam a procura e a oferta dos bens e serviços para além do respectivo preço.
Procura
No caso da procura de um bem, havendo um aumento do rendimento dos consumidores, por exemplo, aumentará a quantidade procurada pelos consumidores para todos os níveis de preço e por isso a curva da procura desloca-se para cima e para a direita, elevando-se o preço e a quantidade de equilíbrio.
Q
D
S
P
D’
Se pelo contrário houver uma redução do número de consumidores, a procura diminui, isto é, para todos os níveis de preço há uma redução da quantidade procurada e por isso a curva da procura desloca-se para baixo e para a esquerda, diminuindo o preço e a quantidade de equilíbrio.
Q
D’
S
P
D
Oferta
No caso da oferta, havendo alterações das condições de produção, tais como os custos ou a tecnologia, para todos os níveis de preços há variações da quantidade oferecida e como tal a oferta desloca-se.
S’Por exemplo, se houver uma subida dos custos de produção do bem, a sua oferta desloca-se para cima e para a esquerda, elevando o preço e descendo a quantidade de equilíbrio.
Q
D
S
P
Numa situação de progresso técnico aumenta a quantidade oferecida para todos os níveis de preço, pois com a mesma quantidade de inputs os produtores passam a obter uma maior quantidade de output e por isso desejam vender mais. Assim a oferta desloca-se para a direita e para baixo, descendo o preço e aumentando a quantidade de equilíbrio.
D
S
P
S’
Atenção:
1) Distinguir movimento ao longo da curva de deslocamento da curva
- Movimento sobre a curva da procura (ou oferta): variação da quantidade procurada (ou oferecida) face à variação do preço, permanecendo tudo o resto constante.
- Deslocamento da procura (ou oferta): variação da procura (ou oferta) face à variação de factores diferentes do preço.
2) Significado do ponto de equilíbrio: igualdade entre os desejos dos consumidores e os desejos dos produtores.
Oferta e procura em mercados concorrenciais
Capítulo: 4
2.1. Elasticidade
Elasticidade - preço da procura: mede a sensibilidade dos consumidores à variação do preço. Não é mais do que um quociente entre variações relativas:
Quanto mais elevado for o valor da elasticidade maior o ajustamento das quantidades procuradas à variação do preço. Assim classifica-se a procura em:
1) Elástica, quando E > 1;
2) Inelástica ou rígida, quando E < 1;
3) Procura com elasticidade unitária, quando E = 1.
Consideremos o seguinte exemplo:
P= 1 => Quantidade procurada = 100
P=2 => Quantidade procurada = 80
A procura deste bem é rígida face ao preço, pois a reacção da quantidade procurada à variação do preço foi pequena.
Considerou-se como preço base do cálculo da variação percentual o preço médio, assim como a quantidade média para o cálculo da variação percentual da quantidade procurada.
Casos extremos:
1) Procura perfeitamente elástica: E = µ
P
Q
D
P*
Neste caso a percentagem de variação do preço é nula, a quantidade procurada é infinita para P=P* e como tal a elasticidade é infinita.
2) Procura perfeitamente rígida: E = 0
D
P
Q
Q*
Neste caso a percentagem de variação da quantidade procurada é nula e como tal o valor da elasticidade é também zero. Não há qualquer variação da quantidade procurada perante alterações no preço.
Relação entre elasticidade e receita:
Sendo a receita o valor total pago pelos consumidores, isto é o produto do Preço pela Quantidade (P x Q), verifica-se que a sua evolução face à subida (ou descida) do preço depende do valor da elasticidade - preço da procura. Assim:
1) Procura elástica – subida do preço provoca uma redução da receita,
2) Procura rígida – subida do preço provoca uma subida da receita total,
3) Procura com elasticidade unitária – subida do preço não altera a receita.
Elasticidade – preço da oferta: define-se, tal como a elasticidade da procura, face ao preço, não é mais do que o quociente entre a percentagem de variação da quantidade oferecida e a percentagem de variação do preço. Como o valor é positivo não é necessário colocar entre módulos.
Tal como acontecia com a procura, assim temos:
- E > 1 => Oferta elástica,
- E < 1 =""> Oferta rígida,
- E = 1 => Oferta com elasticidade unitária.
Quanto maior for o horizonte temporal do produtor mais elástica é a sua oferta, pois maior é a sua capacidade para ajustar as quantidades produzidas face à variação do preço. No longo prazo todos os factores de produção são variáveis, mas no curto há alguns fixos (não é possível alterar a quantidade utilizada). Por exemplo, no período de 1 mês não é possível alargar as instalações de uma fábrica (factor fixo), mas consegue-se aumentar o número de trabalhadores (factor variável).
2.2. Aplicações da oferta e da procura
- Fixação de preços mínimos: P mínimo > P E => excesso de oferta
- Fixação de preços máximos: P máximo < pe =""> excesso de procura
- Efeitos da aplicação de um imposto/ subsídio por unidade produzida e vendida: depende da elasticidade relativa da procura e da oferta.
“Quanto mais elástica for a procura relativamente à oferta maior será o efeito sobre o produtor.”
3. Procura e comportamento do consumidor
Capítulo: 5
Teoria da utilidade
Todos consumimos bens porque eles nos proporcionam um determinado bem estar, nos dão uma determinada satisfação, têm uma determinada “utilidade” para nós. A partir do rendimento limitado de que dispomos escolhemos adquirir os bens que têm uma maior utilidade. O objectivo de qualquer consumidor é maximizar a utilidade total.
Utilidade total ≠ Utilidade Marginal
Supondo o consumo semanal de maçãs, por exemplo. A utilidade total é a satisfação que a quantidade total consumida de maçãs proporciona ao consumidor. Pelo contrário, a utilidade marginal de uma maçã é o acréscimo de utilidade total que cada maçã adicional proporciona ao consumidor.
Quantidade
Utilidade Total
Utilidade Marginal
0
0
---
1
18
18
2
30
12
3
40
10
4
45
5
A utilidade marginal dos bens tende a ser decrescente – à medida que aumenta a quantidade consumida o acréscimo de satisfação por cada unidade adicional do bem vai sendo cada vez menor. É a Lei da Utilidade Marginal Decrescente. Porquê? Porque as primeiras unidades consumidas tendem a proporcionar uma maior satisfação aos consumidores. Se isto acontece, o preço que os consumidores estão dispostos a pagar pelo bem vai diminuindo à medida que o consumo aumenta, o que se traduz numa curva da procura decrescente.
Utilidade Marginal Decrescente => Curva da Procura Decrescente
Maximização da utilidade total
Conhecendo os preços dos n bens que compõem o cabaz de compras de um determinado consumidor, a condição para que ele maximize a sua utilidade total, isto é, a satisfação que esse consumo lhe proporciona é:
UMg1 = UMg2 = …= UMg n
P1 P2 Pn
em que UMgi e Pi representam, respectivamente, a utilidade marginal e o preço do bem i, com i = 1, 2, 3, …, n.
O consumidor maximiza assim sua utilidade quando a utilidade marginal por unidade monetária é igual para todos os bens.
Se eventualmente esta igualdade não se verificar o consumidor está em desequilíbrio e tem tendência para ajustar o seu consumo. Supondo que apenas existem dois bens, 1 e 2, no cabaz de compras do consumidor e que se verifica esta desigualdade:
UMg1 > UMg2
P1 P2
Neste caso a última unidade monetária aplicada no consumo do bem 1 proporciona ao consumidor uma utilidade adicional maior do que a última unidade monetária gasta no bem 2. Sendo o consumidor racional, e uma vez que o seu objectivo a maximizar a sua satisfação global, tem tendência para consumir mais do bem 1. Como o seu rendimento é limitado, só consegue aumentar o consumo do bem 1 se diminuir o consumo do bem 2. À medida que vai aumentando a quantidade consumida do bem 1, a sua utilidade marginal vai diminuindo, pois verifica-se a Lei da Utilidade Marginal Decrescente. Com o bem 2 observa-se exactamente o contrário. À medida que diminui a quantidade consumida do bem 2 a sua utilidade marginal vai aumentando. Conclusão: o consumidor tem tendência para ajustar o seu consumo até que se verifique aquela igualdade.
Excedente do consumidor
O quadro seguinte mostra-me a Utilidade Marginal dos vários cafés que um determinado consumidor toma por dia. Estando essa UMg representada em unidades monetárias, Euros, indica o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar pelo bem, que por hipótese é transaccionado no mercado por 50 cêntimos.
Quantidade
Utilidade Marginal
Utilidade Total
0
0
---
1
3
3
2
1
4
3
0,5
4,5
4
0,3
4,8
Este consumidor racional irá consumir cafés enquanto a utilidade marginal for superior ou igual ao preço, isto é, enquanto o benefício for maior ou igual ao custo. Assim a quantidade de cafés que ele irá consumir por dia será 3.
Acontece que pelo 1º e 2º café o preço que o consumidor está disposto a pagar é mais elevado do que aquele que efectivamente paga. Tem um excesso de benefício face ao custo. É este excesso que designamos de Excedente do Consumidor. Isto porque o preço que se paga no mercado por um café é sempre 50 cêntimos, independentemente de ser o primeiro ou o último do dia. Sendo a Utilidade Marginal decrescente o preço que o consumidor está disposto a pagar pelo bem vai diminuindo e por isso o excesso de benefício face ao custo por unidade consumida diminui à medida que se consome mais. O total do excedente do consumidor é:
(3-0,5) + (1 – 0,5) = 3 Euros
Explicação do comportamento decrescente da procura:
- Utilidade Marginal decrescente
- Efeito substituição + Efeito rendimento
Procura de mercado: soma horizontal das curvas de procura individuais
4. Análise de custos
Capítulo: 7
Podemos dividir os custos de produção em Custos Fixos (independentes da quantidade produzida) e Custos Variáveis (dependem da quantidade produzida).
CT(Q) = CF + CV
CT(0) = CF, pois CV(0) = 0
Custo Médio = CT/Q = (CF+CV)/Q = Custo Fixo Médio + Custo Variável Médio
Custo Marginal – acréscimo de custo total por cada unidade adicional que é produzida.
Custo Marginal = ΔCT/ΔQ
Em geral no Curto Prazo, quando determinados factores de produção são fixos, o Custo Médio, o Custo Variável Médio e o Custo Marginal são curvas em forma de U, isto é, são inicialmente decrescentes em relação à quantidade produzida (Q) e depois tornam-se crescentes. A partir do momento que se verifica a Lei dos Rendimentos Decrescentes o Custo Marginal é crescente.
Verifica-se sempre:
Custo Marginal = Custo Médio quando Custo Médio é mínimo
Custo Marginal = Custo Variável Médio quando Custo Variável Médio é mínimo