segunda-feira, 29 de junho de 2009

Explique os sistemas de armazenamento da memória

Os sistemas de armazenamento de memória fazem-se compor estruturas cognitivas:
- Memória sensorial (registos sensoriais);
- Memória a curto prazo;
- Memória a longo prazo.
A memória sensorial ou registos sensoriais é pelos sentidos que as informações entram no sistema da memória. As entradas (inputs) sensoriais são mantidas e armazenadas durante segundos. Os sistemas de memória sensorial são elementos do processo perceptivo, são imagens perceptivas.
A memória a curto prazo ou MCP (grande mentor George Miller) designa o armazenamento da informação por um período de alguns segundos, após o desaparecimento do estímulo. A capacidade desta memória é pequena, sendo poucas as informações que ser percebidas conscientemente ao mesmo tempo. É o material desta memória que fornece a informação sobre a qual se desenvolve a aprendizagem, o raciocínio e a imaginação. Assim sendo, parte dos materiais da MCP é transferida para a memória a longo prazo.
A memória a longo prazo permite conservar dados, informações adquiridas durante muito tempo. É graças a este tipo de memória que somos capazes de ler, reconhecer pessoas, etc. A memória a longo prazo contem dados que têm origem na de curto prazo. Para ser armazenada, a informação sofre um processo de transformação, isto é, é codificada.

Distinga entre “condicionamento clássico” e “condicionamento operante” enquanto processos de Aprendizagem.


Quer o condicionamento operante, quer o condicionamento clássico, fazem parte da aprendizagem, isto é, a modificação do comportamento do individuo em função das vivencias com a adaptação ao meio.
O condicionamento clássico foi desenvolvido por Pavlov. É um tipo de aprendizagem no qual um estimulo, inicialmente neutro (não desencadeia uma resposta relevante) e que depois do condicionamento, o estimulo neutro desencadeia uma resposta semelhante ao estimulo incondicionado. Tem subjacentes típicos comportamentos de aprendizagem quotidiano, tais como respostas emocionais. Para o demonstrar, Pavlov ligou um tubo à glândula salomónica de um cão e fez associar a carne ao som de um sino.
O condicionamento operante (ou instrumental) teve a mão de Thorndike com a realização de experiencias com gatos que consistia na aprendizagem de acções que eram recompensadas. Este condicionamento não é mais do que a tendência a repetir acções que trazem consequências positivas e evitem negativas que, depois, se transformam em reforços negativos.
Concluindo, quanto às diferenças entre os dois tipos de condicionamento:
- clássico: sujeito é passivo e involuntário, havendo associação de estímulos.
- operante: o sujeito é activo, voluntário, havendo relação entre a resposta-consequência. Quanto às semelhanças, ambos são formas de aprendizagem, aumentando a resposta com reforços, e a extinção só acontece quando o reforço é suspenso.

Apresente a perspectiva de Piaget sobre o desenvolvimento da capacidade do pensamento dirigido e respectivas críticas


A teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget foi a que teve mais impacto dentro da comunidade científica.
Piaget desenvolveu métodos para estudar o modo como os bebés e as crianças encaram e chegam a compreender o mundo.
Piaget acredita que todas as crianças evoluem através de uma serie de estádios que se sucedem segundo uma ordem pré determinada. Estes estádios diferem não só quanto à quantidade de informação adquirida, como à qualidade do conhecimento e entendimento.
No período sensoriomotor (do nascimento aos dois anos): esquemas muito rudimentares, acções através dos sentidos, permanência do objecto, inicio do pensamento representativo. Para Piaget, a principal característica deste estádio é a permanência do objecto. Segundo ele, não existe a permanência do objecto durante os primeiros meses de vida. Um bebé pode olhar para um brinquedo novo com evidente prazer, mas se desaparecer da vista, mostra pouco interesse. Parece como se que o que está fora da vista estará fora do pensamento e não existe realmente para o bebé.
No período Pré-operatório (dois aos seis anos): egocentrismo (as crianças não conseguem compreender o ponto de vista da outra pessoa, pois nem sequer são capazes de reconhecer a existência de vista diferentes; ainda não conseguem compreender que existem outros indivíduos), ausência de noção de conservação (em relação às experiencias com copos cheios de liquido, as crianças ficam demasiado impressionadas pelas mudanças visíveis de aparência que acompanham cada transferência (mudança dos níveis do liquido) e não compreendem que não existe uma realidade subjacente (a quantidade de liquido) que permanece sempre constante), dificuldade em distinguir realidade de fantasia.
No período das operações constantes (dos sete aos dez anos): capacidade de aprender, domínio da linguagem. Dificuldade em perceber raciocínios abstractos (dedutivo e hipotético).
No período das operações formais (dos dez anos à fase adulta), o pensamento torna-se abstracto, formal e totalmente lógico.
Alguns psicólogos defendem que estas fases de desenvolvimento são imprecisas. Dizem que o desenvolvimento é mais continuo e que as alterações que ocorrem (dentro e entre fases) reflectem mais progressos quantitativos no desenvolvimento cognitivo o que alterações qualitativas no pensamento. Defendem assim que o desenvolvimento cognitivo é feito de forma gradual.

Explique os processos da memória.


A memória é um processo através do qual codificamos, armazenamos e recuperamos a informação.
Tem uma função cognitiva que nos permite ter a noção de identidade. Está relacionada com a aprendizagem.
Permite-nos captar, armazenar e recuperar a informação.
Existem três estádios ou processos da memória:
1) Aquisição: para recordarmos, é preciso ter primeiro aprendido. Sem aprendizagem não há memória. Pode ser semântico – enfatiza o estímulo verbal; ou pode ser fonético – enfatiza o som.
2) Armazenamento: é importante o interessa da informação. A informação é conservada, retida por períodos de tempo, para poder ser utilizada quando necessário.
3) Recuperação: é feita por recordação. Quando precisamos, procuramos recuperar, actualizar a informação armazenada, para utilizar na experiencia presente.
O primeiro aspecto do processo da memória é a aquisição de informação. Durante essa fase de aquisição, o item em questão tem que ser codificado. O termo codificação refere-se à forma como um item de memória tem de ser colocado na memória.
Para que seja recordada a experiencia codificada tem que deixar algum registo no sistema mental (traço mnésico); este tem de ser armazenado e conservado de forma mais ou menos permanente para a utilização posterior. A este processo dá-se o nome de armazenamento.
O momento em que o indivíduo tenta lembrar-se, extrai um determinado traço mnésico de entre todos os outros que armazenou, a este processo chama-se armazenamento. Há dois métodos para se estudar a recuperação – a recordação, em que se pede ao sujeito para produzir um item ou um conjunto de itens de memória; o reconhecimento, a pessoa a quem se mostrou o item tem de dizer se já o tinha encontrado anteriormente.

domingo, 28 de junho de 2009

Definição de emoções. As suas funções e componentes.



As emoções são estados internos primitivos do existir do indivíduo, tanto que aparecem quase logo após nascimento de forma brusca e repentina, como é o caso da alegria e da tristeza – O bebé chora diante de necessidades como fome e sono.
Assim, as emoções são normalmente acompanhadas por um comportamento físico, sorrir (alegria), chorar (tristeza). O rosto, por sua vez, é um meio preferencial de comunicação, capaz de demonstrar as emoções. Normalmente, as expressões faciais podem traduzir praticamente todas as reacções ou emoções humanas.
As expressões faciais podem universalmente comunicar as emoções.
As emoções servem para preparar o indivíduo para a acção (são úteis para nos fazer agir), moldar o comportamento (tendemos a repetir situações agradáveis e a não repetir as desagradáveis), regular a interacção (quando falamos com uma pessoa percebemos através da sua expressão facial a sua emoção).
As emoções envolvem um conjunto de componentes que variam no número e na ordem em que são apresentadas.
Subjectiva – estado afectivo associado à emoção, por norma, as emoções são sempre subjectivas;
Fisiológica (ou Arousal) – refere-se às manifestações orgânicas das emoções, como por exemplo ao aumento do batimento cardíaco, a boca seca, mãos suadas. A componente fisiológica ocorre a partir do sistema nervoso simpático, preparando o sujeito para a acção;
Comportamental – o estado emocional desencadeia um conjunto de comportamentos, como os gestos, o tom de voz, a expressão facial (que são inatas e universais – Alegria, tristeza, raiva, medo);
Cognitiva – relacionada com o conhecimento do facto: se não houver conhecimento deste, não se experimenta qualquer emoção;
Avaliativa – reacção à situação em função dos nossos interesses, valores e objectivos;
Expressiva – tem uma função social importante porque é uma forma de comunicação.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Defina poder, autoridade e influência. Depois defina elite, mostrando como se articula estes quatro conceitos. Aponte, exemplificando os tipos de



O poder é um dos temas que tem ocupado muito tempo os sociólogos e analistas desde da Antiguidade Clássica, na medida em que é um elemento estruturante da realidade social e da mudança social. Segundo Weber, o poder é um facto universal espalhado de forma heterogénea. Para que haja poder, é necessário haver uma qualquer relação (termo intrínseco), isto é, necessita-se de outro ou outros parra se poder exercer o poder.
Thomas Hobbes, filosofo do século XVI e XVII dizia que o poder não era todo o reconhecimento de uma capacidade do indivíduo utilizar um recurso para obter algo no futuro.
O poder tem três perspectivas:
1) Unilateral (de casualidade linear) é o mais óbvio. É o exemplo de eu empurrar a bola A, que por sua vez, empurra a bola B. é a capacidade de obrigar o outro a fazer o que eu quero. Há uma relação visível e observável de coercibilidade e visibilidade.
2) Bidimensional (de casualidade por propensão) é o menos obvio. Existe na mesma coercibilidade , mas não tem visibilidade. Exemplo de uma situação efeito-causa: Licneciatura: Efeito: estudo / Causa: licenciatura. É a forma de olhar para o poder de maneira diferente não havendo perigo de visibilidade, o que o torna mais complexo
3) Tridimensional (de persuação) é algo complexo porque as razões não são claramente definidas. É muito usada pelo poder político. Tem uma casualidade estrutural, estão incluídas numa estrutura existindo inte-relação. É considerada uma atitude inconsciente. O resultado da persuasão só é conhecido pelo individuo.
Talvez o mais importante dos poderes seja o poder político. Ele é exercido por quem governa. Mesmo sendo a democracia o regime mais comum nos nossos dias, na ditadura este poder é também exercido, mas de forma particular, atendendo às características do ditador. Segundo Lapiere, o poder politico é individualizado, a pessoas que exerce o poder considera que os restantes não têm poder sobre ela. Em democracia, o poder politico está institucionalizado, ou seja, está limitado pelos diversos órgãos decretados na ordem jurídica.
Como é obvio, o poder não é somente politico, cada um de nós tem uma espécie de poder.
Assim, sendo, existe o poder social e simbólico.
O poder social tem um grau de complexidade muito elevado. Está relacionado com o reconhecimento que não é claramente evidente. Por exemplo, as mulheres africanas têm muito poder social pela prática da agricultura e pela gestão doméstica, mas não têm acesso poder, ou seja, não têm poder politico. O poder social associa-se ao individuo ou indivíduos que tenham uma educação superior comparada com os demais.
Associado a este poder, está o poder simbólico. São domínios que se interligam. Tem um grau de complexidade igualmente elevado, mas menos visível e palpável que o social. Tem-lhe agregado o princípio do interacionismo. Assenta-se num sistema de valores, de carisma, de liderança. É um poder subjectivo, está muito ligado à História.
Weber, que contribui para o nascimento da sociologia, dizia que o poder, ou como ele denominava – a autoridade, dividia-se em três grandes grupos:
- Tradicional: encontra-se nas sociedades tradicionais. Segue-se a tradição do primeiro líder, sendo o filho, o neto a herdar a chefia do poder. A estrutura é estabelecida pelo princípio de hereditariedade.
- Racional: foi o que mais ocupou o tempo de Weber. Estruturado com base no exercito da Prússia. É um poder que tem regulamentos que determinam quem vai chegar ao poder. É o caso agora do acesso à função publica, onde há regulamentos e requisitos.
- Carismático: tem tudo a ver com o carisma. O líder tem características que são fascinantes o que seduz todos os outros. Nas instituições há este tipo de poder, no qual tem que se perceber onde há a liderança, pois nem sempre é o chefe, pode ser um funcionário que já esteja na instituição há muitos anos e que conheça todos os mecanismos da organização.
Para Weber, o tipo ideal era um burocracia, contudo, não existe. Esta pode ser encarada como um modo de chegar o tipo idela de poder.
Weber, porém, nunca considerou as disfuncionalidades da burocracia. Não pode a burocracia ser considerada Filosofia Social porque Weber nunca disse que este tipo idela tinha que ser aplicado, é uma mera teorização, uma análise subjectiva.
Poder, influencia, autoridade são conceitos polissémicos, de confluência, contudo, distintos.
O poder é muitas vezes influenciado pela autoridade, contudo, qualquer tip+o de comparação é impossível de se fazer. É a capacidade de obrigar outrem a fazer algo, com recurso, se necessário, a sanções materiais – obrigar. É um um domínio empírico que tem a ver com a força.
A autoridade não tem sanções. É a capacidade de induzir outrem a adoptar um comportamento. Ghandhi é um exemplo de autoridade, já que através da desobediência civil, derrubou o exército britânico
A influência é o efeito dos dois conceitos anteriores. Qualquer indivíduo com poder ou autoridade tem que ser influente para que esses dois “estados” sejam legitimados socialmente.
Através do pensamento de poder em geral surge a teoria das elites.
A teria das elites aparece como forma de oposição ao marxismo que consideravam insuficiente para explicar a sociedade. O marxismo assenta na ideia de materialismo histórico, em que as sociedades estão organizadas pelo trabalho e pela economia – Burguesia (supra estrutura) e proletariado. (infra estrutura).
Os primeiros elitistas não percebiam como era possível esta teoria ter um peso tão grande nas sociedades. Acreditavam assim que não era a economia a base da organização da sociedade, mas sim o poder politico.
A teoria das elites emerge em Itália com Pareto (1848-1923). Ele é o primeiro teórico com este tipo de abordagem. Trabalhou numa empresa mineira o que fez ter contacto com todos os poderes de direcção o que o fez ter uma opinião desprezível e incompetente.
Pareto chegou à conclusão que não era por factores económicos que as pessoas chegam ao poder, é pelo domínio politico.
Pareto diz assim que a sociedade se encontra dividida em:
- Elite – quem exerce o poder
- Massas – são os que são governados (não tem qualquer tipo de poder)
Esta ideia aparece em “Rise and Fall of Elites”, onde começou a escrever as suas primeiras impressões sobre elites. Para ele, as pessoas que chegam ao poder são as melhores porque têm características sociais que as valorizam. A sua abordagem é geral, neutra e objectiva do que considera ser elite. É de notar que esta noção está associada a um principio de superioridade
Em “Tratado de Sociologia Geral” desenvolve o tema das elites considerando existir dois tipos de elites:
- a governante: constituída pelo poder governamental. Não são só os membros do governo, são todos aqueles que tem destaque no aparelho governamental.
- a não governante: são os membros dos partidos da oposição, os sindicatos que não participam directamente na governação dos estados.
Nesta teorização não foi considerado o princípio hereditário. A elite é um processo de ascensão com origem na massa.
Sob esta conjuntura, Pareto elabora a teoria da circulação de elites que exemplifica com uma metáfora a das raposas e dos leões:
- a das raposas é exemplificativa quando é necessário momentos para dialogar
- a dos leões é exemplificativo quando existem momentos onde a força, a imposição de ideias e a determinação são imperativos.
È nas massas onde conseguimos buscar todas estas características
A sua definição de elite tem por base as características psicológicas e de estatística inerente.
Já Mosca tem uma abordagem completamente diferente de Pareto. Ele é formado em direito e especialista em ciência politica.
A sua definição de elite não é diferente da dos outros teóricos.
Ele diz que a classe politica ou classe dominante é aquela que exerce o poder, o que acontece em qualquer sociedade, incluindo a democracia.
A democracia para ele é impostora (só aceite porque a massa a aceita). A democracia nunca vai poder alterar as desigualdades sociais, alterando apenas as elites porque estes vão sendo escolhidos num espaço de tempo, mas não deixa de ser elite, pois, é a ideologia que origina o consenso entre as massas. A democracia é apenas uma forma de legitimar a governação por parte das massas. Tal só acontece porque as massas são desorganizadas. As minorias, as elites são organizadas o que permite um maior consenso.
A Classe politica é uma classe fragmentada e heterogénea que segundo Mosca se divide em :
- Núcleo Principal: é aquele que é constituído pelos que estão no topo com alguma autoridade no estado ou numa empresa.
- Núcleo Periférico: são aqueles que executam o que o núcleo principal define
- Massas: para formar elites, nunca se vai buscar às massas. As elites reproduzem-se a si próprias. São elites subsequentes, pois a massa não consegue
A classe dominante faz se constituir pelo poder militar e económico.
Esta explicação é mais de âmbito sociológico de carácter macro (a realidade no seu todo).
Michels (1876-1936) é alemão, mas naturalizou-se italiano. Foi aluno de Weber, mas foi Mosca quem realmente o influenciou como teórico. Teve actividade politica no partido de Mossulini.
Ao contrario de Mosca, acreditava na democracia e que todos poderiam chegar ao poder, mas que a realidade não demonstrava isso.
Aderiu ao APD, partido alemão democrático e conviveu dentro das estruturas no partido durante algum tempo. Com esta convivência concluiu que todas as estruturas político-partidárias democráticas estão corrompidas, não existindo efectivamente uma violação de igualdade de oportunidades no interior dos partidos. Deste modo, diz que a democracia era uma fraude.
Em “Sociologia dos Partidos Políticos” (1911) desenvolve a lei das oligarquias de ferro. As pessoas quando ascendem as estruturas principais vão se cristalizando. As eleições partidárias só servem para legitimar a escolha, que já está feita previamente. Nestas estruturas, há uma profissionalização do trabalho político e uma reprodução directa de elites nos partidos políticos.
O fenómeno oligárquico consiste apenas numa pessoa ou grupo duro de pessoas que exercem o poder e que vai reproduzindo algumas mutações.
Como causas explicativas do fenómeno oligárquico de Michels apresenta:
- Factores organizativos: econtram-se em qualquer organização. Quanto mais organização, mais competência
- Factores da psicologia individual dos lideres: o desejo de chegar ao poder. O cinismo é a perversão das estruturas democráticas.
- Factores da psicologia das massas: características que as massas têm para não conseguirem chegar ao poder.
Esta abordagem encerra o núcleo de elitistas clássicos.
Michels tem um contributo importante para a abordagem mais objectiva (micro).
Nesta conjuntura, o professor João Bettencourt da Câmara dá-nos uma definição que se aproxima da de Guy Rocher. Contudo o professor, altera-lhe uma parte, na medida em que o carisma é uma característica exclusivamente individual. Assim sendo, elite faz-se compor por grupos ou agregados (não é uma pessoa) que, por deterem poder e/ou autoridade, exercem influencia (é o efeito de poder e de identidade), criando, modificando ou extinguindo condutas socialmente relevantes.
É necessário, assim, para concluir, enunciar todos os tipos de elites:
- tradicional: são conservadoras, apelam a valores tradicionais
- ideológica: tradicionalmente contra o poder
- Tecnocrática: inscrevem-se no poder e autoridade burocrática de acordo com o que está estipulado. Não é um processo natural. As pessoas que fazem parte desta elite são limitadas pela lei.
- económica: tem poder e autoridade. Os indivíduos têm poder de importar e exportar bens económicos.
- simbólica: são relegadas para segundo plano. Centram-se nos valores e símbolos sociais. As pessoas não têm poder, têm alguma autoridade e têkm de facto influencia. Os músicos, os futebolistas, etc, pela sua forma de estar, influenciam as massas. Está em contraposição com a Elite politica.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Obstáculos naturalistas ao conhecimento Sociológico. “Sex and Temperament em Tree primitives Societies” de Margaret Mead.


Os obstáculos Naturalistas ou biológicos são obstáculos epistemológicos que se dividem em duas correntes: teorias herderitaristas e Sociobiologia. Existem igualmente obstáculos de carácter individualista/psicologista, que não são mais do que uma tentativa em explicar os fenómenos sociais, gerais, através de atitudes psicológicas e assim, individuais, como é o caso do estudo de Margaret Mead “Sex and Temperement in tree primitives societies”.
Margaret Mead (1901-1978) é uma conhecida antropóloga americana da Filadélfia. O pai era professor académico na área da antropologia e a mãe era activista social e sociólogo. A formação académica de M. Mead é na área da Família. Teve como professores Francis Boas e Ruth Benedict que a convidaram para ser colaboradora.
“Coming of age in Samoa” (1928) é o tituloda tese de doutoramento de Mead. Apartir deste trabalho, passou a ser comum fazer-se trabalho de campo, principalmente em ilhas.
Mead foi para as ilhas Samoa (Papua-Nova Guiné) estudar os adolescentes e as suas oscilações comportamentais. A comparação entre as adolescentes (dos nove aos vinte anos) da Samoa com as adolescentes americanas fizeram-na verificar que os padrões de comportamento eram completamente distintos – as adolescentes da Samoa queriam atrasar ao máximo o casamento, mas tinham relações sexuais ocasionais, o que chocou a academia americana.
Darek Freemon Em “M. Mead: a construção e destruição de um mito antropológico” (1983) diz que estudo de Mead não tem qualquer fundamento, revelando-se um mito. Contudo, a comunidade académica levantou obstáculos a esta análise, questionando o porquê de só ter publicado o livro em 83, se já o tinha elaborado muito tempo antes (as entrevistas às adolescentes da Samoa foram novamente feitas, dizendo estas que tudo o que tinham dito tinha sido por mera brincadeira).
Após este estudo, estão abertas as portas para o “Sex and Temperament in Tree primitives Societies”. Este estudo é exemplificativo do processo de produção de conhecimentos que consiste na existência de matéria-prima (pré-noções; teorias existentes); que depois é sofre um processo de transformação (condições, métodos, aparelho teórico e conceptual) e que, por fim, chega ao produto final (nova teoria – esta quando refutada, origina um novo processo de produção de conhecimento).
“Sex and Temperament in Tree primitives Societies” parte de uma ideia em que há uma pré-disposição biológica do sexo (1920-30). Sendo um processo de produção de conhecimento, como matéria-prima tem dois elementos:
- Negativos: Considera as mulheres diferentes dos homens, dizendo que elas são frágeis, fracas, meigas e ao contrário, os homens são fracos e agressivos. Isto liga-se, deste modo, ao vietorianismo (as mulheres frágeis dedicam-se aos maridos e filhos que procururam adornos e futilidades).
- Positivos: o background familiar e social (avó paterna altamente progressista. Formação escolar em psicologia e em antropologia. “Crazy twenties” – mudanças consecutivas na sociedade norte-americana. Participação em tertúlias de mulheres. Movimentos das sufragistas (movimento que reivindica o direito de voto às mulheres).
“Sex and Temperament in Tree primitives Societies” tem como transformação três prossupostos:
- Condições materiais: não passa de financiamento que conseguiu através do seus professor Franz Boas
- Condições ideológicas: as suas teorizações já se baseavam em suposições. É o chamado corpo teórico.
- Métodos e técnicas: Trabalho de campo, observação directa com três comunidades de estudo.
Após estes dois passos no processo de produção de conhecimento, chega-se ao novo produto que não é mais do que um nova teorização, explicada pelos pressupostos antropológicos, mas também com base psicanalítica – “Sex and Temperament in Tree primitives Societies” (1935) estudo elaborado na Papua Nova Guiné em que se centram em três grupos étnicos:
- Arapesh
- Mundugmar
- Tchambuli
O trabalho de campo teve uma pergunta de partida, “Haverá uma relação necessária e obrigatória entre o sexo e o temperamento?”
Mead começou por caracterizar minuciosamente cada grupo concluído que:
- os Arapesh (Plácidos montanheses) era um povo pacifico, divisão social igualitária, divisão muito definida. O desmame das crianças era tardio e progressivo, por isso, as crianças era muito pacíficas, o que se iria reflectir na vida adulta. Viviam nas montanhas.
- os Mundugmar (Feroses Canibais) eram extremamente agressivos (mulheres e homens). Tudo era visto como uma luta constante. O verdadeiro líder é aquele que se revela realmente mau. Dedicam-se à caça de cabeças. Dado o desmame ser muito cedo e também agressivo, tornaram-se hostis em adultos. Vivem nas Planícies.
- os Tchambuli – as mulheres dominam a comunidade do ponto de vista económico, controlando a actividade piscatória. Os homens dedicam-se às artes (gostam de tocar flauta e à construção de adornos). Os homens compravam prisioneiros nas comunidades vizinhas e traziam as cabeças como prémios para as mulheres (que faziam de conta que acreditavam que eram provenientes de lutas). Davam muito mais atenção às raparigas do que aos rapazes que eram até relegados para segundo plano, o que fazia com que as mulheres tivessem a capacidade de liderança. Viviam em zonas marítimas.
Deste modo, Mead conclui o que ilustra o quadro:

Grupo

Agressividade e Temperamento
Homem Mulher
Ocidental
+
-
Arapash
-
-
Mundugamar
+
+
Tchambuli
-
+

Assim sendo, Mead considera que não há relação entre sexo e o temperamento.
Conclui-se assim que na teorização de Margarte Mead, numa prespectiva antropológica, o sexo e o temperamento variam conforme os padrões culturais. A forma de socialização da criança vai sempre influenciar a vida adulta, o que tem uma base explicativa de carácter psicanalista. Mead responde assim àquilo a que se tinha proposto.
Os sociólogos aceitaram os dados recolhidos por Mead já que o desenho da investigação foi bem feito – qualquer outro investigador pode usar os mesmo dados - , embora tivessem rejeitado a sua explicação, pois Mead saltou um obstáculo epistemológico (partiu de algo particular o que não pode ser trabalhado no domínio próprio).
“Sex and Temperament in Tree primitives Societies” vai ser estudado por Codson e Riddel (1970) em que abordam a obra com carácter antropológico de base materialista, mas cuja explicação qualquer cientista social é obrigado a rejeitar na medida em que os autores não leram a obra em questão, simplesmente limitaram-se a uma recolha de apontamentos.
Thomas Kuhn defende que este trabalho será bem ou mal aceite conforme o contexto da época. O senso comum aceita esta teoria desde que generalizado e familiarizado com a área cientifica e desde que as evidencias lhe pareçam lógicas. Por norma, aceita, assim, a nova tese – é chamada familiaridade com o social.

Obstáculos Naturalistas ao conhecimento Sociológico. Sociobiologia e a sua refutação Sociológica.


Os obstáculos Naturalistas ou biológicos são obstáculos epistemológicos. Existem igualmente obstáculos de carácter individualista/psicologista, que não é mais do que uma tentativa em explicar os fenómenos sociais, gerais, através de atitudes psicológicas e assim, individuais, como é o caso do estudo de Margaret Mead.
Os obstáculos naturalistas ou biológicos dividem-se em duas correntes: teorias herderitaristas e Sociobiologia.
A Sociobiologia nasceu em 1975 com “Sociobiology – The New Synthesis” tem como mentor Edward O. Wilson, professor americano da Universidade de Havard, especialista em microbiologia e doutorado em Filosofia. Há, contudo, antecedentes à Sociobiologia como a descoberta do gene por Mendel, a descoberta do ADN por Watson e a teoria da selecção natural de Darwin que é a base de sustentação da Sociobiologia.
“Sociobiology – The New Synthesis” faz-se compor por 3 grandes partes:
1) Fundamentos biológicos, fundamentação teórica-cientifica exclusiva na biologia e no comportamento dos animais e o altruísmo que é relegado para ultimo plano.
2) Comportamentos Sociais que os explica com base exclusiva na biologia.
3) Explicação Sociobiologia no quais começa por considerar os primatas não humanos, o principio da concorrência (os seres vivos estão sempre em concorrência que é perfeita) e o principio da selecção (processo egoísta e cego, ou seja, os menos aptos cedem lugar aos mais aptos).
O processo egoísta e cego é tido como o mais significativo na abordagem da Sociobiologia porque este quer garantir a sua sobrevivência e também a sua replicação.
Como se pode ver, a Sociobiologia não respeita a abordagem de produção cultural, o que é um elemento diferenciador das sociedades humanas da dos animais. A Sociobiologia pode confundir-se com a etologia, mas tal não pode acontecer porque a etologia estuda os comportamentos sociais dos animais, mas não atribui esses comportamentos ao ser humano.
Assim, pode-se definir como princípios da Sociobiologia que todo o comportamento do gene é egoísta e rege-se pelo princípio da selecção natural, no qual os genes mais fracos dão lugar aos genes mais fortes. Assim, tem que se criar boas condições para os genes terem a máxima reprodução possível.
A Sociobiologia vai usar esta ideia e vai utilizar exemplos de comportamento que não se enquadram nestes princípios. Esta estratégia segue o principio de passar pelos animais microorganicos para os animais primatas até as sociedades humanas.
Exemplo I – Xylocanis – Têm um comportamento que não tem lógica porque para a Sociobiologia todos os animais têm em vista a sua máxima replicação. O xylocanis é um animal que tem um comportamento homossexual e bissexual, o que, no primeiro caso, não há replicação. O pulgão tem uma concavidade e nas fêmeas é ai que se deposita o sémen do macho e quando machos violam machos depositam também ai o sémen para aumentar a concorrência.
Exemplo II – Malubis – o macho também tem um comportamento bissexual, este organismo vivo tem, aparentemente, um comportamento que é uma perda de tempo. Os machos têm uma glândula que a seguir à relação sexual fecha o órgão sexual, eliminando a concorrência porque assegura o órgão da fêmea quando esta tem relações sexuais com outros machos. O macho está a eliminar a concorrência, aumentando a possibilidade de replicar os seus genes.
Exemplo III – Abelhas – para além da concorrência também há o principio da selecção natural, onde os genes mais patos eliminam os mais fracos e para a Sociobiologia não faria sentido o gene ter princípios cegos, egoístas e concorrencial. As abelhas são estéreis e não visam a replicação, mas são elas que alimentam a rainha e esta consegue replica-se ao máximo. Consideram mais útil alimentar a rainha em vez de serem a replicar-se, fazem um sacrifício, mas para que a rainha consiga replicar-se. De forma indirecta conseguem a replicação dos seus genes.
Exemplo IV – Veados da Montanha – vivem em grupos que representam a família quando se aprocima o predador protegem a prol e a fêmea, emitindo sons para esta poder fugir, enquanto que o macho foge logo, não protegendo a prol. Neste caso, a partilha de genes é cara à fêmea e à sua prol e é, por isso, que a fêmea produz sons, para proteger a sua prol e assim conseguir a replicação de genes.
Exemplo V – Louva a deus – a fêmea mata o macho. A fêmea move-se mais que o macho e o macho coloca-se em cima da fêmea, mas como ela se movimenta mais, deixa-o cair e a fêmea corta-lhe a cabeça, não morrendo de imediato. Neste caso, houve este gene que conseguiu sobreviver, porque há uma espécie de compensação – na relação sexual, quando a fêmea decapita o macho, ele liberta o sémen e consegue aumentar a replicação dos seus genes.
Exemplo VI – Patos dos canaviais – Os patos vivem em grupo e esses grupos são constituídos por mais machos ou mais fêmeas, se bem que há, por norma, mais machos. Há um processo onde se estabelece uma hierarquia: os mais fortes são aqueles que encontram o seu par. Os machos que ficam sem fêmea “revoltam-se” e tentam violar as fêmeas dos outros machos. Esses machos que já têm fêmea protegem-na, lutando com o macho “solteiro”, porém, estes arranjam forma de garantir a replicação dos seus genes, o que os leva a juntarem-se todos para violarem as fêmeas, fazendo com que haja a fuga do macho mais forte. Quando os patos solteiros fogem, o pato da fêmea volta e também viola. Ele viola a parceira para se poder colocar em concorrência, querendo também depositar o seu sémen para os seus genes se reproduzirem.
Exemplo VII – Doença de Huntington (doença degenerativa) – os indivíduos não sobrevivem para além dos 30 anos. O gene vai acabar por matar o ser humano e não vai permitir a sua máxima replicação. Estes indivíduos têm uma tendência muito grande para a maximização das relações sexuais para possibilitar a reprodução de genes. Tal doença não é hereditária.
Após a enumeração destes exemplos, é necessário usar um que contradiz os outros. Os cucos quando nascem a primeira coisa que fazem é limpar o ninho e mesmo que haja outros ovos, estes são deitados para fora do ninho. É a mãe que tme que arranjar alimento mas, quando não consegue, ela sacrifica-se para garantir a vida dos cucos. Pergunta-se se isto não será altruísmo.
Há muitos mais exemplos. Começam pelos animais minúsculos até chegarem aos seres humanos. Wilson diz que estes princípios podem ser aplicados aos seres humanos: as sociedades humanas, seguindo a lógica sociobiológica, iriam originar uma conversão das normas sociais.
A Sociobiologia utiliza o princípio da selecção de grupo e da selecção de parentesco para dar exemplos das sociedades humanas.
No grupo existem elementos que se sacrificam em favor de todo o grupo, havendo como exemplo os cães da pradaria estes cães interagem em grupo e nesse grupo há o cão que vigia, tendo a função de avisar quando aparece um predador. Este cão é o ultimo a esconder-se. Esta é uma estrutura de selecção de grupo e parentesco, onde o cão que vigia sacrifica-se em favor de outros elementos do grupo porque ele sozinho tem mais genes que os outros elementos do grupo. Questiona-se se a explicação da Sociobiologia em relação ao cão de vigia é plausível, dizendo-se que é ilógico porque os cães não têm raciocínio matemático nem cientifico e, por isso, não sabem qual é o cão com mais ou menos genes.
É com base nesta explicação que a Sociobiologia demonstra a aplicação às sociedades humanas:
Exemplo I – pais e filhos (selecção de parentesco) – os pais tomam conta dos filhos e sacrificam-se por eles, tratando da criança até ela ser auto-suficiente. Esta é uma estratégia cega e individual. Quando a mãe se levanta a meio da noite para ver dos filhos só está a tomar conta de 50% dos seus genes, não está a ter um comportamento altruísta.
Exemplo II – organização e estratégia familiar (selecção de parentesco) – há uma questão de qualidade e quantidade. A qualidade tem a ver quando os pais estão a apostar numa criação de condições mais favoráveis. A quantidade é para garantir a máxima replicação dos genes ao ter muitos filhos. Os pais vão garantir condições para aos filhos e também poderão maximizar a replicação de genes.
Exemplo III – Nepotismo (cunha) (selecção de parentesco e grupo) – existem formas diferentes de encarar o nepotismo, dependendo da sociedade em questão. O individuo consegue arranjar emprego por favorecimento de alguém. Há, assim, uma intenção que varia de sociedade para sociedade. Nos EUA uma relevante percentagem dos jovens arranja emprego através da cunha. O problema é quando uma pessoa arranja emprego, mas não te qualidade para a função. Quando falamos de nepotismo, falamos de algo depreciativo (sentido pejorativo). É a cunha no mau sentido – é contratar um amigo sem saber como ele é em termos técnicos. Na Sociobiologia este tipo de favorecimento é um processo no qual o individuo (o beneficiado) venha a ter melhores condições para assim, quando as condições sociais são boas, consegue-se replicar o máximo de génese o individuo que é favorecido vai ter essas condições.
Exemplo IV – Infidelidade Masculina – a mulher, como tem que esperar 9 meses para garantir a replicação dos seus genes, a Sociobiologia diz que o homem não o tem que o fazer, ou seja, a estratégia do homem para replicar os seus genes é a infidelidade. Neste caso, não há que condenar a infidelidade masculina, pois es só é aceite quando a mulher está grávida.
Os conceitos de selecção de grupo e de parentesco foram abandonados porque não tinhas qualquer fundamento de consciência científica.

Esta teorização, a Sociobiologia, não pode ser considerada uma ciência e é tida como incentivos aos novos movimentos de extrema-direita.
Para a comunidade científica portuguesa, a Sociobiologia é considerada uma abordagem interessante do ponto de vista científico, mas com coisas sem lógica – Luís Archer foi desta opinião (reacção neutra). Germano Sacarrão é contra a a Sociobiologia, dizendo que é uma abordagem insultuosa, afastando-se qualquer abordagem científica (reacção violenta). O biólogo e etólogo Bracinho Vieira é mais radical, dizendo que a Sociobiologia não tem qualquer tipo de interesse (reacção generalizada).
Marchal Shkein em “Uses and Abuses of Biology” (1976) demonstrou que Wilson não conhecia tão bem as ciências sociais para reflectir sobre elas e criar uma “ciência” com base numa.
O grande problema da Sociobiologia é a explicação do comportamento altruísta.
Nas sociedades humanas, a Sociobiologia não consegue explicar o comportamento altruísta, como por exemplo, a adopção e o apadrinhamento – como é que se explica que um indivíduo tome conta de um organismo de quem não partilha nenhum gene e sacrifica-se por ele. Quer-se com sito dizer que se rejeita logo os princípios da Sociobiologia.
A questão da homossexualidade também está relacionada com o altruísmo e com o princípio da selecção de grupo. A homossexualidade resulta de determinado gene não orientado sexualmente. Esses indivíduos têm características divergentes ou excepcionais e que se dedicam ao bem-estar dos restantes.
Outra questão é o aborto (espontâneo – a existência de um gene mata outro - ou provocado – a vontade do individuo em não se querer reproduzir), a que propósito é que um gene interrompe o processo de reprodução? A Sociobiologia não encontra explicação.
Outros exemplos reportam-se a comunidades, como por exemplo, Os argonautas do pacífico sul – os Malinovki (comunidade piscatória). Os homens ficam fora cerca de dois anos e quando voltam as mulheres estão grávidas ou já existem crianças – os homens ficam felizes, pois as gravidezes e as crianças são produto de intervenção divina. Não há laços sanguíneos, mas são filhos daqueles pais, logo os princípios da Sociobiologia não se aplicam.
Existem ainda os grupos da Polinésia nos quais não é permitido o infanticídio do primogénito. Quando tinham o primeiro filho, esse era entregue aos Deuses, pois acreditavam que se não o fizessem algo de grave poderia acontecer nas suas vidas. É a chamada crença ritualizada.
Nas sociedades humanas, são dados como exemplos outros grupos que não refutam tão bem a Sociobiologia. É o caso do casamento nilótico ou fantasma que acontece no Sudão. Se numa família não nascerem homens, não há, como é lógico, a continuidade da linhagem, então, dentro do grupo de raparigas, a mais velha para dar continuidade, arranja um amante de forma a ter filhos. O amante tem que abdicar dos filhos em função do “fantasma”.
Wilson tinha ainda o objectivo de mostrar que a Sociobiologia era capaz de explicar todos os comportamentos animais e aplica-las nas humanas. Algumas explicações fazem sentido mas começam a incomodar a comunidade científica. A Sociobiologia é uma teorização construída de base, podendo-se comparar com o “Fim da História”.
Quanto às teorias herditaristas (século XIX-XX), existem três como as mais conhecidas:
- teoria racial da História de Gobineau que consiste na existência de várias raças com mais capaciadade do que outras. A raça branca é considerada a mais capaz na medida em que criou as mais importantes civilizações (Império grego e romano).
- teoria da selecção social de Amor e de Lapouge que consiste na presença de raças superiores em fortes zonas históricas de conquista.
- teoria eugénica de base biométrica de Galton
- teoria selectiva do fundo racial superiores de Huntington que não é mais do que uma visão actualizada de todas as outras anteriores. Diz que as migrações demonstram um processo selectivo, sendo que os mais capazes são os que triunfam.
Conclui-se assim que qualquer que seja o obstáculo naturalista, é necessário rigor na sua análise e nos seus pressupostos, na medida em que é perigoso fazer-se comparações entre princípios biológicos e etnológicos (exclusivamente aplicados ao mundo animal) e definir igualmente que existem raças humanas que tendem a ser superiores a outras.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Critérios e Factores à Hierarquização Social



A Hierarquização Social ou Estratificação Social já existia nas sociedades recoletoras. São conceitos muitas vezes confundidos com a elite. Todos estão de facto relacionados com o poder, influência e autoridade, contudo, a Hierarquização não assenta só e apenas nestes conceitos.
Os estudos a nível da Hierarquização Social são de extrema importância já que actualmente existem grandes desigualdades sociais.
A Estratificação Social já foi associada ao marxismo e aos ideias comunistas, contudo, tal ideia já foi completamente ultrapassada. Como anteriormente foi dito, neste momento a Hierarquização Social centra-se nas desigualdades sociais.
A Estratificação Social tem duas tradições:
- Europeia: ligado ao marxismo em especifico, de acordo com o principio conflitual (que é económico). Nesta concepção encontram-se apenas duas classes – a burguesia, que tem meios de produção e o capital; e o proletariado, a força de trabalho. Não existe grande mobilidade social. Segundo Marx, só poderia haver com o motivo histórico, já que a classe detentora do capital monopolizava o capital.
- Americana: o conceito de estrato assenta na posse de riqueza (propriedades, objectos valiosos). Há mobilidade social ascendente e descendente. O importante é o mérito. É um tipo de sociedade meritocratica, ou seja, está ligada ao “American Dream”. É também o processo do “sef-made-man”. Nos anos 30, os estratos verificavam-se cristalizados, isto é, havia casamentos somente dentro dos mesmos estratos.
Da mesma maneira que existem duas tradições, existem igualmente três grandes pioneiros:
- Karl Marx: nunca chegou a definir classe, tudo o que se diz sobre o conceito de classe de Marx são interpretações da sua obra. O conceito da análise de classe de Marx é de conflito sobre a ideia de actividade económica.
- Max Weber: Não se pode cingir ao conceito de classe. A sua conceptualização está ao nível económico, como Marx. Para o autor, os indivíduos que exercem poder político mais elevado é que estão no topo da estratificação. O status define-se pela profissão, nível de escolaridade e dimensão social.
- Pritin Sorokin: introduz uma nova perspectiva. Fala em três tipos de estratificação:
- Politica: estratificação ligada ao exercício de poder e de tomar decisões.
- Económica: ligada ao poder de decidir o que importar e exportar.
- Profissional: todas as profissões têm níveis de prestígios diferentes. Há profissões com mais prestígio.
Além das tradições e dos autores que fazem completar a estratificação social, existem subjacentes alguns sistemas de hierarquização:
- Escravatura: é de todos o que favorece mais a desigualdade. Há indivíduos donos de indivíduos. Na Antiguidade clássica, os escravos podiam ser literados que só o eram por dívidas ao jogo e, assim, ficavam subjugados ao seu credor.
- Sistemas de Castas: É um sistema representativo da Índia. Os indivíduos não têm possibilidade de mobilidade social. É um sistema bastante desigual, existindo quatro castas – Bramenes; Kshatrias; Vaishas; Sudras. Os jatis são grupos que existem dentro de cada casta, não sendo mais do que uma definição de profissões, nas quais pode haver uma certa mobilidade social. Os aspectos económicos não estão por de trás das castas.
- Sistemas de ordens: é o sistema que melhor se conhece na Europa – o clerto, a nobreza, o povo. Quem nasce nas ordens – Povo e Nobreza – permanecerá sempre nelas, só o clero aceita indivíduos das duas ordens.
Existem critérios para a estratificação social:
- A valorização social: as profissões determinam o entendimento da realidade coial. Tudo depende da época, variando no tempo e no espaço.
- Diferenciação social:
- pela idade: os indivíduos com mais idade têm uma posição social mais elevada. Os mais novos, por norma, não tomam decisões importantes por falta de experiencia – são típicas das sociedades tradicionais. Neste momento, nas sociedades modernas, promove-se a juventude e a idade assume deferentes proporções.
- pelo género: há divisões nas ocupações. Na divisão simplista, na qual as mulheres ficam em casa a cuidar do sustento da casa – sociedades tradicionais. As mulheres recebem o mesmo pelo trabalho dos trabalhos dos homens – Sociedades modernas.
No actual momento, a hierarquia/estratificação, com base em Marx, é feita a seguinte maneira:
Alta: alta; média; baixa; / Média: alta; média; baixa / Baixa: alta; média; baixa.
Assim sendo, existem factores de hierarquização social que determinam a posição do indivíduo na estrutura hierárquica:
1) Normativo/legal: sã os princípios que estão regulamentados para estabelecerem a hierarquia. É típica da Sociedade da Idade Média. As constituições liberais tendem a abolir tais desigualdades normativas. Os factores discriminatórios contribuem também para a análise destes factores.
2) Status: é o factor de estratificação social complexo. Tem sub factores associados:
Rendimento, profissão, formação, tipo e zona de residência, formas de vestir e falar, hábitos de consumo e de cultura. São factores subjectivos, difíceis de identificar, portanto.
3) Económico: tem sub factores como o nível de rendimento que podem resultar de heranças e ordenado. É preciso ter em conta a origem do rendimento e a profissão. O factor económico não se reduz a números. Permite-nos obter dados quantitativos. Cria problemas porque não se identifica dinâmicas de grupo, isto é, não se sobe a posição dentro dos indivíduos que têm posses.
4) Ideológicos: tem a ver com a ideologia dominante, ou seja, a mais valorizada. Quem não cumpre a ideologia é considerado outsider. A ideologia pode ser: politica;
religiosa;
social (modos de vida).
5) Poder: quanto mais próximos do poder melhor. É a ideia que se se estiver no centro de decisão, temos uma posição mais reconhecida.
6) Etnicidade: o pertencer a um grupo étnico dominante tem mais prestigio do que pertencer a outro.
7) Idade: conceito definido já anteriormente.
8) Género: conceito definido já anteriormente.
Concluindo, para determinar a hierarquização/Estratificação social, temos que estabelecer quais são os factores, as tradições, sistemas importantes e relevantes, e a partir daí, já estamos aptos a fazer uma hierarquia.

Sociologia e Filosofia Social. O caso Fim da História


A Evolução Social resulta da produção social, quanto mais se conhece as mudanças sociais, mais fácil é reagir à adaptação e a essa mudança.
É neste pressuposto que se coloca a questão – Sociologia e Filosofia social, o caso do “Fim da História”.
A Sociologia é uma ciência. Esta parte da realidade para teorizar acerca dela, isto é, analisa o que é a realidade social, a sociedade. Estuda os grupos sociais, procurando perceber o rumo das sociedades, compreendendo, deste modo, a reprodução social com a transformação social (as mudanças sociais em si). A sua principal função ou característica é a análise.
A Filosofia Social não é uma ciência, é uma disciplina ou sub-disciplina da Filosofia. Está, de facto, intimamente relacionada com a Sociologia, principalmente nas suas origens, contudo, não tem um carácter analítico como a Sociologia, tem sim, a ambição de apontar o caminho para a sociedade ideal, querendo perceber como se constrói o conhecimento, e assim, criar as suas próprias teorias para a sociedade ideal, uma sociedade de pleno bem-estar. Dado o grau de imaginação da “sociedade perfeita”, foi continuamente apropriada como estratégia pelo poder politico. Há quem a encare como uma mera reflexão sobre a sociedade em si, o que, neste prisma, vai dar origem ao chamado conceito “O Fim da História”.
A ideia do “Fim da História” é uma teoria da filosofia social, iniciada no Século XIX por Hegel, amplamente discutida na altura, mas que ainda não tinha sido discutida nos EUA, ao que foi retomada, em 1989, pelo professor Francis Fukuyama.
Francis Fukuyama é um conhecido professor nipo-americano que se licenciou em Filosofia politica, perseguindo os seus estudos até ao doutoramento na área da ciência politica. É muito conhecido por ser um “opinion maker”.
Como já foi referido, a ideia de Fukuyama não é nada original, contudo, devido ao facto de os americanos estarem habituados a terem os textos todos em inglês, a obra de Hegel ainda não tinha sido traduzida, acontecendo apenas nos anos 80 por Alan Bloom.
Francis Fukuyama, numa conferência na cidade de Chicago em que esteve presente a convite dos seus professores Alan Bloom e Natham Travoc, baseou-se na teoria do Fim da História para defender que o mundo bipolar iria terminar com o enfraquecimento politico e Económico da URSS e com o triunfo dos EUA, como superpotência.
Para Fukuyama, os EUA representam a única potência com capacidade de intervir em qualquer ponto do mundo sem ter qualquer tipo de resposta à altura. Esta capacidade justifica-se pelo modo organizacional, que segundo o professor, é perfeito.
Este modo organizacional baseia-se no modelo da democracia liberal, no qual a economia é de mercado livre, o sistema de valores depende exclusivamente da liberdade individual e, em termos jurídicos, pela consagração de uma constituição, o estado é de direito liberal.
Assim, o modelo dos EUA é considerado a “a forma final de governo humano”, sendo a base a liberdade, ou seja, o homem apropria-se de si próprio.
Em 1992, Fukuyama publica “O Fim da História e o Ultimo Homem” no qual responde às perguntas colocadas na conferência de Chicago.
No livro, em consonância com a conferência, defende que a democracia liberal pode construir o ponto terminal da evolução ideológica da humanidade e a forma final de governo humano ou estado homogéneo universal. Esta última ideia consiste no pensamento em que o homem só vai ser considerado quando estiver na sua própria dimensão (atingida apenas com o modelo da Democracia Liberal). Porém, isto não significa que a democracia liberal de hoje esteja livre de injustiças e de graves problemas sociais. Estas situações são produto de uma incompleta aplicação dos princípios da liberdade e da igualdade em que a democracia moderna se fundamenta. Embora alguns países ainda não tenham atingido uma democracia liberal estável ou outros que ainda estão em formas de governo mais atrasadas, o “ideal” de democracia tem que estar sempre presente como meta, na medida em que a “democracia é perfeita”.
Fukuyama explica também que o “Fim da História” não é uma correspondência de acontecimentos, mas sim à História em si, isto é, a História compreende-se como um processo singular, coerente que evolui. O desenvolvimento coerente das sociedades humanas é também tido em conta desde as sociedades tribais simples até à moderna democracia ao capitalismo.
Mesmo que nem todos os casos tenham dado lugar à democracia liberal estável, a democracia continua a ser a única aspiração politica coerente que se espalhe no mundo. Além disso, os princípios liberais na economia – o mercado livre – alastraram e conseguiram produzir níveis de prosperidade material sem precedentes, tanto nos países industrializados como nos em vias de desenvolvimento.
Todavia, as interpretações económicas da história são insuficientes, uma vez que o homem não é capaz apenas de ser um animal económico. Fukuyama defende que a razão pela qual somos democratas baseia-se na garantia de direitos básicos por uma lei fundamental, uma consideração que não procura recuperar a totalidade do homem apenas no aspecto económico. O ser humano procura assim o reconhecimento, o seu próprio valor e os princípios que atribuem valores, sendo estas as principais características que distingue o homem de outro qualquer animal – o valor e o prestigio.
“O Fim da História” é sobre o indivíduo que finalmente emerge – “O ultimo homem”, no qual entra na sua própria dimensão e se apropria de si próprio.
Alexandre Kojeve nascido em 1902 no Império Russo. Consagrou-se como filosofo de tendência marxista e hegeliana. Aquando da Revolução Russa, mudou-se para a Alemanha e mais tarde para a França, onde foi professor.
Em 1947, publicou “As Lições de fenomenologia do Espírito de Hegel” no qual interpretou as ideias de Hegel de forma analítica e critica, ou seja, não foi uma tradução genuína.
Ele tinha o seu próprio modelo do Fim da História, que considerava uma nação correcta – a Rússia De Estaline –, na medida em que esta apresentava um modelo em que, em termos ideológicos, não havia estratificação social, criando-se todas as condições para que os indivíduos pudessem usufruir de plena liberdade.
Kojeve defendia que era com um estado centralizado que havia a possibilidade de garantir as liberdades e necessidades dos indivíduos, um instrumento fundamental para assegurar as necessidades de todos. Além disso, era um estado sem classes, não existindo conflitos políticos e tinham todos acautelado o princípio da garantia de direitos, liberdades e igualdades.
Mais tarde, com a visita à URSS, Kojeve desiludiu-se com o facto de existir uma elite que estava no governo e que tinha em si direitos diferenciados, o que levava a desigualdades. Chegou então à conclusão que será uma ideia errada, pois a sua ideia de Fim da História não correspondia com a Rússia de Estaline.
Na sua opinião, então, o país que melhor se identificava com a sua perspectiva seria o Japão, isto porque o espírito japonês era de trabalho árduo ao longo da vida de modo a morrerem de forma honrosa, isto é, atingirem a morte de forma digna.
Kojeve acreditava, nesse caso, que o Japão (país desenvolvido para a época) tinha em si as características sociais e politicas que mais identificavam com o modelo do Fim da História.
F.W. Hegel é de facto o verdadeiro criador do conceito do “Fim da História”, no qual todos os outros autores se basearam.
Em 1807, publicou a obra “ Fenomenologia do Espírito” no qual contem o desenvolvimento lógico das suas ideias e o conceito de O Fim da História.
Hegel acreditava que a evolução das sociedades humanas era limitada - acreditava que a humanidade conseguisse atingir uma forma de sociedade que satisfizesse as suas mais profundas e fundamentais aspirações, a liberdade. Para o autor, era o estado liberal que se associava ao modelo de Fim da História.
Segundo Hegel, os seres humanos, tal como os animais têm necessidades naturais e desejos de objectos que lhes são externos e, acima de tudo, a preservação dos seus próprios corpos. Contudo, o homem distingue-se porque deseja ser reconhecido. Em particular, quer ser reconhecido como ser humano, com valor e dignidade. Durante um reconhecimento recíproco, em que cada indivíduo reconhece a dignidade e a humanidade de todos os outros e em que essa dignidade é, por sua vez, reconhecida pelo estado através da garantia de direitos, atreves do liberalismo.
Para Hegel, a maturação da história, o fim último, dá-se quando o homem tem a possibilidade de ser plenamente livre. Este reconhecimento deu-se na Guerra da Prússia Franco-Germanica em Iena (1806). Hegel assistiu à queda Iena (simbologia com a queda da URSS e muro de Berlim) e à vitória de França. O exército francês, liderado por Napoleão dava conquistas consecutivas, sendo considerado um exército libertador, já que transportava consigo as ideias revolucionárias – Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Esta transmissão de valores espalhava a imagem do triunfo dos ideais franceses nos quais o indivíduo tem a possibilidade de se apropriar de si mesmo.
Para o autor, a simbologia da guerra franco-germanica significava um triunfo de um modelo, um modelo napoleónico. Este triunfo acontece quando Hegel obaserva Napoleão no seu cavalo, representando o Fim da História, pois alcançou naquele momento, ao anoitecer, o planalto, permitindo ao homem usar os seus direitos e liberdades.
Hegel acreditava que o modelo napoleónico seria acolhido mundialmente por ser um moelo de tipo perfeito, isto é, um estado homogéneo e universal, de liberdade plena.
Polibio viveu no século II a.C., sendo o antecedente clássico do conceito “Fim da História”, mas quem nos dá o verdadeiro conceito é Hegel.
Polibio é grego e foi feito prisioneiro dos Romanos porque acreditava-se que ele estava envolvido numa conspiração contra o Império Romano. Assim, foi levado para Roma, para casa de um general que dirigia a guerra em Cartago, cidade completamente destruída pelos Romanos. Roma tinha em si a capacidade de expansão em várias áreas, ou seja, era considerada uma superpotência.
Deste modo, Polibio conheceu as estratégias militares e politicas romanas, tentando compreender a sua força supremacia perante as outras civilizações. Chegou, então, à conclusão que os romanos continham em si formas puras de governo (visam o bem comum), aristocracia, democracia, monarquia; e formas degeneradas (visam o bem de alguns), tirania oligarquia e demagogia.
Formas de Governo para Polibio
Formas Puras
Degeneradas
Monarquia
Tirania
Aristocracia
Oligarquia
Democracia
Demagogia
Anaciclose Perfeita – Ciclo Vicioso

Também Polibio chega à conclusão que Roma conseguiu quebrar estas formas de governo (ciclo) em que cada forma pura leva a uma forma degenerada, através da constituição mista romana (o modelo que se pode comparar ao Fim da História). Esta constituição mista consiste em dois cônsules (seis meses cada uma, monarquia, senado (aristocracia), tribunos da plebe (representam a sociedade, a democracia). Esta constituição permite uma vigilância permanente uns dos outros, tomando a governação perfeita e triunfante.
Concluindo, cada autor tem a sua perspectiva e modelo de Fim da História, porém, todos estes autores se relacionam, na medida em que todos tinham um modelo organizacional a um estado triunfante, homogéneo universal e são todos contemporâneos da época em que consideram existir o fim da História.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Frequencia de Antropologia de Hoje


Para todos aqueles que hoje não foram à frequencia de Antropologia (que não foram poucos!) aqui fica o enunciado.


sábado, 13 de junho de 2009

Frequências de Psicologia







Frequencias de Antroplogia











São Frequências da Prof. Fátima Amante de Serviço Social/Politica Social e de Sociologia/Sociologia do Trabalho




Frequencia e Exame de Sociologia

Documento cedido pelo colega Gonçalo Rodrigues

Frequência Sociologia Geral 2 2008
Grupo1
1- Sociologia e Filosofia Social . O Caso Fim da História
2- Obstáculos Naturalistas ao conhecimento Sociológico. Sociobiologia e a sua refutação Sociológica
Grupo 2
3- Classificação tripartida das Formas de Governo
4- Critérios e Factores à Hierarquização Social
Exame Sociologia Geral 2 2008
1- Sociologia e Filosofia Social. O Caso Fim da História
2- Obstáculos naturalistas ao conhecimento Sociológico. “Sex and Temperament em 3 primitive Society” De Margaret Mead.
Grupo 2
3- Defina poder, autoridade e influência. Depois defina elite, mostrando como se articula estes 4 conceitos. Aponte, exemplificando os tipos de elite.

Frequencia de Antropologia

Documentos cedidos pela colega Telma Cunha

Frequência de Antropologia de 2007

Responda a 3 das seguintes questões:

1- O estudo da cultura implica a compreensão da diferença e a procura do universal. Relacione estas duas áreas fundamentais.
2- Para o homem religioso o tempo e o espaço não são contínuos, a polarização entre o sagrado e o profano marca toda a existência. Fundamente esta ideia e justifique o interesse da Antropologia pela religião.
3- “ Uma nação é uma alma, um princípio espiritual. Duas coisas compõem esta alma, este princípio espiritual.Uma delas é a detenção de uma herança rica em memórias. A outra é o acordo presente, o desejo de viverem juntos”.

Comente a definição de Ernest Renan e utilize-a como ponto de partida para a caracterização dos modelos teóricos de construção da nação.

4- O conceito de comunidade, embora transversal às diferentes ciências sociais, tem permanecido na antropologia como uma das mais importantes categorias analíticas. Aborde-o nas diferentes acepções e implicações.



Época de recurso de 2007

Responda a 3 das seguintes questões:

1-Apresente as principais tendências dos movimentos migratórios no período pós 2º GM e confronte com os movimentos migratórios que caracterizam o início do século XXI.

2- As manifestações religiosas são tão antigas e estão de tal modo difundidas que nos é difícil imaginar o homem sem religião. Apresente as principais funções da religião e fundamente o interesse da antropologia pelo fenómeno religioso.

3- A família, enquanto unidade básica da estrutural social, conhece novos desafios motivados não apenas pelas novas formas deste grupo mas também por profundas alterações ao nível do seu funcionamento. Comente.

4- Proceda a uma reflexão crítica do conceito de minoria étnica e caracterize as políticas de integração de tipo pluralista.